sexta-feira, julho 31, 2009
quinta-feira, julho 30, 2009
UNESCO apresenta Biblioteca Digital Mundial

quarta-feira, julho 29, 2009
1.10 - As principais ruas medievais segundo as fontes documentais da Alta Idade Média

Assim se a estrutura urbana foi crescendo e ampliando-se de um modo particular nos séc. XV e XVI, as principais ruas, ruelas ou becos, constituíram sem dúvida o núcleo a partir do qual a vila se organiza na segunda metade de Trezentos seguindo a tradição árabe na zona história. Das mais remotas destacam-se, a Rua dos Mercadores cuja denominação medieval é referenciada em todas as vilas e cidades medievais no caso da artéria elvense é datada para o ano de 1273 e foi das primeiras ruas a integrar o traçado da judaria velha em finais do séc. XV. Nas primeiras décadas do séc. XIV era referenciada com a denominação de Rua dos Açouges, considerando a descrição documental, que coloca esta via entre a Igreja Nova (Sé) e a do Salvador, tratava-se de uma área com tendência para a prática comercial, uma vez que a maior parte dos tendeiros que desenvolviam as suas actividades económicas desde 1274 pagavam foro aos seus proprietários residentes na freguesia de Santa Maria dos Açouges mais tarde da Alcaçova. Era nesta rua da vila de Elvas que em 1498 se situava “ uns acouges antigos, de tres naves, mui grandes, todos de cantaria, e são dos melhores do vosso reino”.[ Capítº dos procuradores do concelho de Elvas, nº26 . às Cortes de 1498]. No séc. XIV destacamos outras ruas de natureza económica como a Rua dos Hortelões de 1351, que nos permite afirmar sem grandes reservas que a existência de pequenas hortas era uma característica dos moradores da paróquia do Salvador. Aliás nos livros de registo de 1351, encontramos parcelas de vinha e olival de Estevão Annes, que pagava foro ao Prior de S.Bartomoleu d’ Alfange. Por outro lado e analisando a toponímica comprovamos que as actividade de natureza económica se encontravam representadas por uma série de ruas situadas na mesma freguesia, como a Rua do Ganço (1344) que mantém essa função económica na centúria seguinte, onde se localizavam os lagares da cidade na rua do mesmo nome, que se mantiveram até pelo menos finais do séc. XVI ou princípios do séc. XVII. Não menos importante na vida económica da cidade medieval era sem dúvida a Rua do Alcamim principal via da freguesia de Santa Maria de Alcácova, rua de moradores e almocreves com informação documental frequente desde segunda metade do séc. XIV, mas com importância económica desde o período árabe, como espaço provável de exploração de cereais nos limites da cerca árabe. De resto não devemos ignorar que o termo (qamh) era o termo geral empregue para o trigo e que hoje identifica várias ruas portuguesas registadas na toponímia portuguesa que utilizam o termo Alcamin como são os casos de: Vila Franca de Xira, Castelo Branco, Estoí (Faro) ou herdade de Alcamins – S.Matias (Évora). As ruas de carácter profissional como a dos Mercadores ou dos Sapateiros, que se identificam com a presença dos cristãos novos em Elvas, completam-se com a actividade profissional do ofício das armas, como a Rua dos Cavaleiros (1386) ou dos Quartéis (1580) . A primeira que António Thomaz Pires, identifica como sendo de natureza onomástica considerando a relação nominal da freguesia de S. Pedro, contudo a designação de cavaleiro é uma prática atribuído à função profissional dos ricos homens que no período medieval era extensiva aos herdadores de origem nobre ou não. Ainda na dimensão da cavalaria destaca-se uma das ruas mais tradicionais e populares dos tempos medievais, a Rua da Carreira (1587) verdadeiro espaço de lazer para a cavalaria local que aí fazia disputar os seus torneios no contexto da arte de bem cavalgar. Durante o séc. XV e XVI, surgem com mais evidência as ruas com denominações de nomes comuns e quase todas com moradas de casa, tal como a de: João Fangueiro (1494); Gonçalo Varela (1500) ; João Vaz de Pousada (1523) cavaleiro; João Preto (1505), identificado como mercador, Gil Ferreira (1535), João Paes (1547); Pessanhas (1559), de família nobre de origem genovesa que defendeu fervorosamente a União Ibérica; Heitor das Sillas (1571), Luís Mendes de Vasconcellos, da nobreza do reino, João Rico (1581), de origem judaica e reconhecido como Dr., exercendo a profissão de físico, Gaspar Gomes (1590); João Sotil (1592) , que na documentação do Cabido da Sé, designa a partir de 1597 esta artéria como a Rua da Sapataria Velha e dois anos mais tarde Rua de Olivença (1599) ou seja em todos os casos referimo-nos a uma ou mais artérias da Judaria Velha. Outras de tradição histórica desenvolveram-se até finais da Baixa Idade Média como a de João de Olivença (1543), cuja referência nominal herdou da antiga porta fernandina e nesta perspectiva trata-se de uma das ruas de denominação histórica mais antiga de Elvas quando se considera a pesquisa toponímica. As ruas direccionais praticamente não fazem parte da toponímica medieval como por exemplo a Rua de Santarém aberta ao público provavelmente em meados do séc. XIV e referida pela documentação com alguma frequência entre 1361 até finais do séc. XV nos livros de testamentários. A toponímica referente à Cristandade estava subjacente em todo o período medieval como são os casos dos ruas de São Lourenço (1387), S. Mamede (1477) , Travessa de S. Miguel (1536), S. Martinho (1597). Em finais do século XV , Portugal Medieval limitava-se a nove cidades que eram em simultâneo sedes de bispado por ordem alfabética: Braga, Coimbra, Évora, Guarda, Lamego, Porto, Silves e Viseu, mas vilas urbanas como Guimarães, Beja, Elvas , Lagos e Setúbal já superavam a demografia e o desenvolvimento económico das urbes nortenhas Lamego, Guarda e Viseu assim como a desenvolvida cidade do antigo Algarbe Andaluz, Silves. Postado Arlindo
sexta-feira, julho 24, 2009
1.9. Elvas Portuguesa - O limite urbano na primeira fase de fortificação da vila de Elvas

segunda-feira, julho 20, 2009
1.8.Elvas Portuguesa. A defesa e as primeiras obras materiais

sábado, julho 18, 2009
A Apolo XI e a exploração lunar.

Efemérides da Memória: Nos primeiros dias do mês de Julho de 1969 – faz agora 40 anos – uma enorme multidão convergia para a costa Oriental da Florida, na ponta Sueste dos Estados Unidos da América, de repente transformada em Babel do Mundo Novo. No reduzido território de Cocoa Beach, Rockledge, Sharpes e outras soalheiras localidades de veraneio próximo de Cabo Canaveral – então chamado de Cabo Kennedy, nome que ostentou entre 1963 e 1973 – estava concentrado no dia 10 mais de um milhão de pessoas, incluindo 5 mil VIPS e 3 mil jornalistas provenientes de todo o mundo [Almeida Martins, 1969, Odisseia no espaço, in História - 2009, p.23]. Vivia-se em plena Guerra Fria e a conquista do espaço era apenas um vector da política imperialista dos Estados Unidos e da União Soviética, para os norte americanos o grande objectivo para a década de 1960 encontra-se registado no seu discurso no Congresso em 25 de Maio de 1961, quando Jonh F. Kennedy defendeu: “Primeiro, acredito que esta nação se deve compreender no objectivo de, antes do fim da década, colocar um homem na Lua e fazê-lo regressar, em segurança, à Terra. Nesta altura nenhum programa espacial será mais impressionante aos olhos da Humanidade, ou mais importante na longa exploração do espaço… .” O objectivo concretizou-se com a missão da Apolo XI com o lançamento do foguetão Saturno que transportava o Módulo de Expedição Lunar – LEM, tripulado por Michael Collins ( o único que ficaria na cápsula durante a exploração lunar e autor do logótipo da missão Apolo 11), Neil Armstrong e Edwin Aldrin, às 8 horas e 32 minutos, hora local, do dia 16 de Julho. Ao fim de 2 minutos e 27s, a missão encontrava-se já a cerca de 185 km da Terra. Por volta das 11 horas, 16 minutos e 16 segundos, após uma volta e meia à Terra a Apolo deixa a órbita da Terra. As horas seguintes são marcadas por acertos de trajectória e navegação que percorre os dias seguintes até às 12 horas, 21 minutos e 50 segundos, do dia 19 de Julho, quando a tripulação muda para o Módulo de Expedição Lunar, que fará o processo de alunagem que permitiu a Louis Armstrong no dia 20 de Julho ser o primeiro ser humano a dar o primeiro passo na Lua. A 24 de Julho, às 11 horas, 50 minutos e 35 segundos, termina a Odesseia no espaço com a amaragem no Pacífico junto às ilhas de Havai. O regresso ao satélite mais perto ocorreria em mais três ocasiões em 1969, 1971 e 1972. Na última dos quais foi batido o recorde de permanência pela equipa, Eugene Cernan, Harrison Shmit e Ronald Evans com a estada de 74 horas e 59 minutos na superfície lunar. Postado por Arlindo Sena
quinta-feira, julho 16, 2009
1.7.Elvas Portuguesa. A noção júridica do espaço e a sua organização .

A partir de meados do séc. XIII, a vila de Elvas inseria-se na organização territorial do reino português, no conjunto das terras ou territórios, que se foram criando, colonizando e povoando de Norte para Sul segundo a densidade demográfica e os avanços da própria reconquista cristã. Como exemplos de terras medievais na aurora do novo estado citamos: a) No Minho: Nóbrega, Basto, Lanhoso, Ponte Lima, Baião, Sousa, Bouro, Neiva, Maia. B) Em Trás-os-Montes: Barroso, Panóias, Miranda,Aguiar, Lampaças, Bragança, Chaves, Montenegro, Vinhais, Ledra e Vilariça: c) Na Beira e Estremadura: Trancoso, Seia, Gouveia, Sul, Lafões, Ávila, Lamego, Covilhã, Viseu, Guarda, Moção, Paiva, Traserra e Santa Maria e a Sul do Tejo: Portalegre, Elvas e Évora. Era contudo a Norte do Tejo, que se situavam os núcleos mais importantes da aristocracia medieval portuguesa, os Coutos e as Honras eram áreas inumes, as primeiras detidas por eclesiásticos e as segundas por nobres. Não se encontravam sujeitas à tributação e fiscalização e justiças régias, e nelas se vedava o acesso aos oficiais e a agentes dos monarcas. Os Coutos e as Honras predominavam a Norte do Douro, ainda que as terras sobre jurisdição eclesiásticas fossem visíveis em Trás-os-Montes e nas Beiras. Nas terras do Sul, com excepção de certas áreas territoriais como era o caso dos reguengos que o soberano reservava para si, o exercício da organização territorial estava a cargo de autoridades amovíveis, de nomeação régia, exercitando competências sobretudo de administração militar e civil, e inclusive de carácter judicial, em directa representação do soberano. Tais magistrados eram invariavelmente ricos - homens, o estrato mais proeminente da nobreza medieva. Que na Vila de Elvas, encontrava no alcaide-mor o mais alto representante da coroa, cuja primeira geração não provém das elites da aristocracia portuguesa pelo menos até a época de Trezentos. Por outro lado, não temos quaisquer dúvidas em assinalar esta personagem administrativa como um dos agentes centrais do processo de povoamento e defesa da vila raiana na primeira centúria da sua existência, uma vez que a sua intervenção na mediação das doações régias está deveras documentada e ultrapassa as meras funções de administração do castelo na guerra e na paz. Gonçalo Martins, por carta régia de 26 de Dezembro de 1230, tornou-se o primeiro dos trinta e cinco alcaides que a vila conheceu segundo a documentação até 1820? [Continua]. Postado por Arlindo Sena.
terça-feira, julho 14, 2009
Entre o mito e a realidade ...

1.6. -Elvas Portuguesa. O povoamento e as actividades comerciais
domingo, julho 12, 2009
1.5 - Elvas Portuguesa - O povoamento e os recursos económicos.

sexta-feira, julho 10, 2009
1.4. -Elvas Portuguesa - O povoamento e a propriedade laica

quinta-feira, julho 09, 2009
1.3 - Elvas Portuguesa - O Povoamento e o papel das ordens religiosas
Todavia esta política da Coroa favorecendo a instalação das ordens religio
sas no território, recém conquistado justificava-se no âmbito da organização económica das novas vilas portuguesas. E o facto de algumas propriedades pertencerem às ordens de Alcobaça e de S. Domingos denunciam essa estratégia da Coroa Portuguesa. No caso, dos domínios pertencentes à Ordem de Alcobaça, as já referidas herdades situavam-se fora do seu couto, mas a sua importância na economia do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça não nos parece que eram pouco significativas se considerarmos que durante o período medieval, a documentação refere várias deslocações dos funcionários da Ordem às terras do Alto Alentejo, nomeadamente a Avis e a Elvas. O que se compreende uma vez que no domínio alcobacense que se situava entre a região de S. Pedro e a Lourinhã e para o interior entre a Serra dos Candeeiros e Rio Maior, os monges exerciam não só exerciam a sua autoridade, como cobravam impostos e detinham o monopólio da vida económica. Os cereais e azeite, foram provavelmente as culturas que marcaram a exploração económica nas terras do Sul de Portugal, de uma instituição religiosa que não desprezava o labor económico. Mas se a Ordem de Alcobaça, foi fundamental no povoamento do Centro do País e uma verdadeira escola para as actividades agrícolas e outras anexas, a Ordem de São Domingos que se radica em Elvas após meio século de vida em Portugal considerando a sua origem no sul de França (Toulose), acabará por ter uma acção significativa na vida económica e social da vila elvense, considerando a sua vocação para a clausura, não impediu a sua aproximação com a realidade terrena e com os fiéis na sua obra de salvação das almas cristãs. A presença da Ordem de S. Domingos em Elvas foi marcada pelo facto curioso de a Coroa, conceder duas cartas régias quase consecutivas para a doação de um terreno a referida ordem mendicante para a construção de um mosteiro, uma datada de 16 de Março de 1266 e outra de 1 de Maio de 1268. O certo é que os monges já exerciam funções de culto na Ermida de Santa Maria dos Mártires desde 1867 por carta régia de 20 de Fevereiro de 1267. E o seu património material foi aumentado significativamente por várias doações de particulares que percorrem o século XIV e XV, tais como: a herdade de Alvernaz (Caia) de Dona Margarida Aires ou a herdade de Segóvia de Dona Margarida Vaz. Ou outras doações, como a doação de peças de pratas ou numerário, como por exemplo, as 1.000 dobrais que foram determinantes para as primeiras obras das naves da igreja de S. Domingos em 5 de Fevereiro de 1349. Para além das dádivas dos féis e dos viajantes que passavam pela sua hospedaria, contava-se algumas receitas provenientes da exploração de algumas propriedades e parcelas de olival. Todavia numa época de organização, estruturação e povoamento da vila de Elvas, o papel das ordens religiosas não foi tão dinâmico como no Norte e Centro do País, do ponto vista da exploração económica quando se compara com a acção de povoamento da primeira nobreza de Portugal que por terras da raia se fixou(Continua). Postado por Arlindo Sena

quinta-feira, julho 02, 2009
1.2. Elvas Portuguesa - A reconquista e o povoamento.

1.1. Elvas Portuguesa - A reconquista cristã e o povoamento

História Local - Nas duas décadas seguintes de 1230 e 1240, a presença portuguesa na fronteira continuava marcada pelo estado de guerra e em especial na raia do distrito de Portalegre, de facto Marvão e Elvas eram terras ocupadas num período em que as preocupações de domínio do Alto Alentejo passavam necessariamente pela conquista de Alter do Chão que era então a povoação mais importante a conquistar no eixo entre Marvão, Crato e Elvas, já então terras da coroa portuguesa. Aliás, após a tomada de Alter do Chão (1232) , a reconquista avança para as terras da margem sul do Guadiana as hostes nacionais consolidam com a ocupação de Mértola (1238) e no início da década de 1240, caem os primeiros castelos sarracenos do Algarve. A crise política de 1245 e a guerra civil de 1246 a 1248, que abalaram a estrutura administrativa do novo reino e condicionou, o ritmo da organização dos espaços fronteiriços, uma vez ultrapassada, estavam criadas as condições para o início do povoamento e exploração económica das terras da planície e do sul de Portugal. A análise da documentação régia e das cartas de doação, demonstram que a prioridade da consolidação das terras conquistadas, tornam-se uma realidade a partir de meados do séc. XIII, numa época em que novos grupos de povoadores que se deslocam das terras a Sul da região Entre Douro e Minho, não são os ricos homens que acompanharam o monarca na conquista de Elvas e do Marvão, como foram os casos das famílias de Pires Lumiares, Mendes de Sousa, Pires de Maia , Pais de Valadares ou Afonso de Baião. De facto os primeiros povoadores do concelho de Elvas, na sua maioria, não se identificam com a nobreza de Portugal ou melhor com os ricos homens da corte lusitana, embora encontramos figuras distintas da aristocracia como D. João de Aboim, senhor de Vila Boim próximo da figura do Bispo de Évora ou outros nomes de referência da vila elvense, como o Chanceler Estevão Annes ou Rodrigues Peres Cebola, comendador que tal como a maioria da população são servidores da coroa ou “criados del rei” como se observa nas cartas régias da época. Na verdade à medida que o avanço da reconquista se desenvolve em terras algarvias, estes “cavaleiros vilões” outrora mobilizados para o serviço de hoste e para as consequentes devastações da guerra, não só estão mobilizados para a produção de bens de consumo como também para a vida concelhia e espiritual, considerando que a carta foral e a fé Cristã, serão os princípios orientadores da vila de Elvas consagrada pela carta foral (continua). Postado por Arlindo Sena
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