sábado, setembro 29, 2012

1.9. As grandes Casas aristocráticas no Alentejo Quinhentista



A Casa de Bragança reforçou a sua posição no sul do território com a paz após a crise Geral do Séc.XIV


Os duques de Bragança afirmavam o seu poder fundiário no Alentejo Central.


As Casas nobres rareavam no Baixo Alentejo.


Os séculos XIV e XV foi um tempo de paz e prosperidade, de transição entre a Paz e a Guerra, entre a consolidação e organização administrativa num tempo que o horizonte da Pátria Lusitana se perpetuava para terras de Além Mar … todavia em terras da planície se estabeleciam os laços com as grandes casas da nova dinastia, a Casa do Infante e a Casa de Bragança. Os Bragança chegavam ao Alentejo, na figura de D. Fernando, Conde de Arraiolos, e mais tarde o senhor da Casa de Bragança, que lançara as raízes do seu ducado no Alentejo, depois de receber do seu avô a vila de Arraiolos, mas o seu potentado estendia-se pelo Alto Alentejo recebendo as rendas e os direitos das vilas de Estremoz, Sousel, Alter do Chão, Vila Formosa, Borba, Monsaraz, Portel, Vidigueira, Frades, Vilalba e Vila Ruiva. Senhor integral de Vila Viçosa possui igualmente rendas e direitos da vila de Beja. Todavia, o reforço da Casa de Bragança nas terras do sul, tornou-se evidente durante o reinado de D. Afonso V  quando nomeou o seu irmão D. Fernando senhorio do conjunto de Moura e Serpa. De resto o monarca reforçou a presença dos Bragança por todo o território nacional com a criação de trinta e seis casas por todo o território, destacando-se a de Olivença nos confins dos limites da ampla fronteira do Alto Alentejo. Mas durante o séc. XV, o Alentejo passou a desempenhar um papel importante na vida do reino, graças à política ultramarina, numa época em que as terras da raia face à paz com Castela perdiam a sua posição de bastião da defesa da fronteira e apenas Évora já então o maior centro populacional a sul e referencia para a nobreza mais abastado do reino que edificava as suas casas palacianas e cimentava cada vez mais essa posição na medida que a mesma se localizava na rota dos caninhos para o Algarve. A casa do Infante Dom Henrique, ficaria definitivamente ligada às terras da planície quando a 7 de Abril de 1408 por carta régia lhe foi concedido um vasto património na cidade de Évora onde passaria largos meses após a descoberta do arquipélago da Madeira.  Nas terras de Entre Tejo e Guadiana, contavam-se cerca de quatro dezenas de serviçais em funções tão diversas como:  besteiros do couto (9),  escudeiros (20), cavaleiro (9) e um número incontável de  criados, que se difundiam um pouco por todo o Alentejo ; Alcácer (2), Beja (3) Castelo de Vide (2); Castro Verde (1); Elvas (4); Estremoz (1); Évora (8); Messajana (2); Montemor O Novo (6), Moura (3); Nisa (7) ; Odemira (1); Portalegre (6) e Serpa (1).  Entre a fidalguia da Casa do Infante, destacava-se  figuras como Nuno Tristão de Elvas, descobridor do Cabo Branco, D.Rui de Melo, Conde de Olivença e Governador da Praça Militar de Tânger e um dos seus sucessores D.Duarte de Meneses cuja família mais tarde se fixou em Elvas; Diogo Subtil que foi administrador e juiz ao serviço de D. João  IV após a Cise Geral do séc. XIV; o Cónego da Sé de Évora, Fernando Afonso Cicioso, que recebia a tença anual de 350.000 rs e possuía um rol de propriedades no valor de 300 dobras de ouro; Men Afonso de Évora que após a redescoberta da Madeira torna-se uma das figuras mais influentes da administração da Casa do Infante no Funchal e algum tempo um rico produtor de açúcar durante o ciclo madeirense. No Alto Alentejo estas duas grandes casas evidenciavam a afirmação dos poderes públicos e da fidalguia sobretudo relativamente a região sul de Beja quase marginal, quando o eixo que vai de Montemor-o-Novo a Estremoz passando por È Évora e que só raramente se afirma na cidade alentejana do Baixo Alentejo.