Henri Matisse, Mesa Posta ou Harmonia em Vermelhos, 1908
Franz Marc, O Cavalo Azul, 1911
George Braque, Casas d´Estaque, 1908
Piet Mondrain, Quadro I, 1921
Umberto Boccioni, Estado de Espírito II, 1911
Slvador Dali, A persistência da Memória, 1931
O desafio da inovação, definido
pelos vanguardistas, conduz a um clima de experimentação constante, que resulta
numa sucessão vertiginosa de movimentos artísticos e literários, o que explica
que um mesmo artista possa produzir obras que se enquadram em diferentes
movimentos. Em 1905, surge em Paris, o fauvismo, que se destaca por uma
simplificação decorativa e pelo abandono tendencial da perspectiva e do
modelado. O uso da cor pura e estridente, usada de forma arbitrária, imprime
uma sensação de alegria às obras fauvistas, que contrasta com a expressão da
angústia humana, sobretudo a citadina, transmitida pelas obras do expressionismo, que emergiu, nesse mesmo ano, na
Alemanha. Este último movimento que
abrange também a literatura e o cinema, reparte-se na pintura em dois momentos:
Die Brcke (ponte) caracteriza-se pelo uso contrates cromáticos violentos, de
formas sintéticas e distorcidas e de temáticas dramáticas e obsessivas. Der
Blaue Reiter (O cavaleio azul) surgido em 1911, aborda temas calmos e serenos,
de cores suaves usadas arbitrariamente. Em 1907, desenvolve-se em França, o cubismo, caracterizando-se pela bidimensionalidade e
pela representação figurativa, através da simplificação do volume dos objectos e
da geometrização das formas (fase cezzaniana)
. Picasso e Braque, principais mentores, deste movimento, evoluem para
uma segunda fase - a analítica -, realçando a composição de planos e a fusão de
planos, através da decomposição das formas e do uso das cores cinzentas e
castanhas. As sucessivas tentativas de representação dos objectos na sua
essência fará emergir uma terceira fase – a sintética – marcada pela
simplificação da composição e pelo uso de cores mais intensas e variadas, bem
como pelo aparecimento das primeiras colagens. A escrita cubista caracteriza-se
pela ausência de pontuação, sobressaindo na poesia os caligramas, cuja mensagem
está directamente relacionada com a representação gráfica e os objectos. Na
Itália, afirma-se a emergência do futurismo em
1909, que se assume como um movimento artístico e literário produtor de uma
arte para o futuro. Este movimento recusa a harmonia convencional e defende a
violência, a velocidade e a sociedade industrial, desenvolvendo temáticas preferencialmente
relacionadas com a vida citadina, com a máquina e com a electricidade. As suas
composições revelam um carácter abstracto, mas dinâmico, realçado pelo uso de
cores vivas e linhas curvas. O abstraccionismo,
movimento não figurativo, surgido em 1910 no qual se destaca a figura de
Wassily Kandiski, que exalta o dinamismo da cor pura, imprimindo aos seus
quadros um ritmo quase musical, sendo esta a fase de abstracção cromática. Outros
irão ligar a cor ao uso da geometria, criando o abstraccionismo geométrico. Piet
Mondrain, recorrendo apenas a cores primárias, cria o abstraccionismo
racionalista ou neoplasticismo, ao introduzir linhas verticais e horizontais,
formando ângulos rectos , numa tentativa de demonstrar que a linguagem racional
e universal da matemática pode responder à irracionalidade da guerra. O
abstraccionismo impõe-se, assim, como uma nova estética universal,
defendendo-se que a obra de arte será tanto mais significativa quanto maior for
a sua autonomia em relação ao criador, ou seja, quanto maior for a diversidade
de leituras e sensações obtidas pelos espectadores. Durante a Primeira Guerra
Mundial, irrompe na Suiça o dadaísmo,
reflectindo um cepticismo total em relação aos valores tradicionais,
valorizando o caos e a destruição da ordem vigente. Estes artistas vão recorrer
a objectos banais e a colagens de desperdícios com o objectivo de chocar o
público, assumindo uma atitude de renúncia relativamente à criação artística,
através da incoerência, da ironia e do sarcasmo. O surrealismo,
surge em França em 1904, sob influência de Freud, os artistas e escritores
reclamam a autonomia da imaginação, através da exploração e livre expressão do
que é consciente. Tentam reproduzir o mundo onírico, realçando os instintos, os
desejos e o erotismo. Também o surrealismo se expressa em duas tendências
diversas: a figurativa – que recupera a tridimensionalidade, usando
perspectivas insólitas, e que representa seres objectos estranhos e deformados,
por vezes em situações de tensão ou conflito – e a abstractizante – que tende
ao abandono da tridimensionalidade.