quarta-feira, julho 30, 2008

A imprensa Oitocentista - 1859-1899

História Local - O desejo da criação de uma folha periódica em Elvas, desde meados do século passado era um desejo da "elite" esclarecida da cidade, deveras influenciada pelo desenvolvimento da mesma na Estremadura Espanhola, por isso o primeiro periódico elvense foi publicado com o recurso à tecnologia do país vizinho. De facto, no primeiro número da Voz do Alentejo, editado em 10 de Setembro de 1659, lê-se "...Era uma falta, e uma falta considerável, não haver em Elvas uma imprensa . Toda a gente ilustrada lamentava esta inopia, e aspirava ao regosijo de ver estabelecida aqui uma typografia (...) Sendo impresso no reino vizinho ! Por enquanto não se alcançaram os meios indispensáveis para introduzir a imprensa; convinha porém, que a todo o custo se publicasse o periódico e que, embora se faltasse a algumas causas do programa, não se faltasse a criação desta pequena folha!. Nascia assim o primeiro jornal editado na raia portuguesa, sob direcção de Manuel Castro Sampaio e Ezequiel Cândido Augusto César Vasconcelhos, inicialmente independente tornou-se a partir da edição de 8-5 de 1861, defensor da política liberal proposta pelo partido Histórico. De temática noticiosa e literária, desenvolvia outtros temas sem regularidade determinada como de natureza religiosa, comercial e agrícola. Publicaram-se cerca de 523 números durante a sua existência. A sua redacção situva-se na rua do Alamo nº13 transferindo-se depois para o Largo dasFreiras de S.Domingos a partir do momento em que possui uma imprensa própria, uma vez que até então era impresso na tipografia de D.Jerónimo Orduña. Até ao final do séc. XIX , publicaram-se 28 periódicos, O Correio Elvense nascido em 10-11-1899, seria o grande sobrevivente existindo durante onze anos, O Elvense fundado em 16-6-1880 seria o recordista editorial com cerca de 1934 edições. O Diário de Elvas que chegou à luz do dia em 28-7-1893 foi até aos nossos dias o único serviço diário escrito que alimentou os espíritos elvenses. Jornais de natureza política foram também uma característica única da imprensa periódica elvense: Sentinela da Fronteira(1881), Democracia (1869) , Democracia Pacífica (1884) ; Alto Alentejo (1881) e os dois grandes jornais Progressistas O Elvense e o Correio Elvense. Outros folhas especializadas de natureza efémera ficam para a história: A Infância (1889) ; O Boletim Eclesiático (1887) , o ABC do Comércio (1884) ou O Clamor da Mocidade (1885) que tal como A Borboleta (1887) tiveram uma tiragem única. Postado por Arlindo Sena

segunda-feira, julho 28, 2008

Igreja de São Domingos de Elvas

História local e Didáctica da História e Cultura das Artes - Fundada em 1297 só conserva desta época a ábside da capela mor. A sua cabeceira constitui uma das obras primas da arquitectura medieval em Portugal e é sem dúvida tal como o amplo transepto a parte primitiva da referida igreja mandada edificar no reinado de D. Afonso III, chegada até ao nosso tempo.A referida cabeceira organiza-se com base em cinco capelas, com capela-mor composta de um tramo rectangular e de abside de cinco panos, ladeada de capelas com as quais comunica por estreitas passagens. De referir ainda que as quatro capelas que se organizam em torno da capela-mor, são quadradas nas segundas capelas e poligonais nas primeiras. Outras características referidas pelas fontes e em parte visíveis apesar das várias campanhas de obras que alteraram o perfil gótico do templo elvense como o pórtico barroco. É sem dúvida a Planta de cruz latina, a combinação de volumes em função de três naves a diferentes alturas ou o alçado da nave central de dois andares, um primeiro ao nível das arcadas de comunicação e um segundo ao nível das janelas de comunicação. O actual pórtico barroco substitui um elegante portal de arquivoltas com gablete coroado por uma ampla rosácea segundo as reproduções de Duarte de Armas . O actual setecentista mas que se incorpora no contexto das modificações opradas no séc. XVIII, é caracterizado por uma ampla cimalha e frontão ladeado por anjos, que têm a com função o suporte das armas reais e da Ordem de S.Domingos.Dois portais de menor dimensão adjacentes, com frontões e coruchéus, e três janelas sobrepostas, completam a fachada principal na qual se identificam na parte superior outros elementos estruturais/decorativos como as volutas, nichos e pináculos. Este espaço mendicante um dos mais importantes do Gótico Mendicante Nacional foi considerado Monumento nacional por decreto M.N. desde 16 de Junho de 1910. Postado por Arlindo Sena