A obra de Sansovino manifestou-se na renovação urbana de Veneza
As grandes cúpulas uma das marcas da obra de Palladio em Veneza
As últimas experiências de Palladio denunciam já as influências do Maneirismo.
Em Veneza, a experiência construtiva é resultado da sua própria história, na verdade a urbe italiana, não resultou da inspiração da Antiguidade, mas foi antes o resultado das experiências de mestres e artistas que desenvolveram a sua obra em território veneziano. Entre eles destaca-se, Andrea Sansovino, que se formara em Roma e que chega em 1527, permanecendo em Veneza cerca de quarenta anos até ao fim da sua vinda. Na sua obra é visível o processo de renovação da linguagem arquitectónica veneziana, traduzida nas severas formas classicistas de influência dos grandes mestres romanos como Bramante e Rafael, numa expressão mais dúctil, decorativa e movimentada que tão bem se expressa na cidade lagunar. Os melhores exemplos foram os edifícios edificados em volta da Praça de São Marcos, cuja fachada são modeladas através de um jogo notável e eficaz de claro-escuro, obtido através da disposição de elementos clássicos e de um notável aparato plástico. Outro mestre de relevo, Andrea della Gondola, mais conhecido por Andrea Palladio, vindo de Pádua, chega a Veneza, com a função de cinzelador em 1537, mas doze anos depois é o responsável pela reestruturação do Palácio Regione. A estrutura englobava a construção gótica anterior de dois pisos, que seria renovada segundo os princípios renascentistas. Na sua fachada, introduziu duas filas sobrepostas de arcos serlianos, rematada por uma bela balaustrada, na qual se levanta uma serie de estátuas, em correspondência com as colunas que se erguem no primeiro piso, dividindo os espaços dentro dos quais se encontram os arcos, supotados por colunas pequenas. Mas, a influência de elementos arquitectónicos de matriz romana, é evidente na utilização da janela em arco, denominada serliana, e na faixa de tríglifos e métopas que separam os dois níveis. A sua carreira em Veneza jamais seria igual quer na edificação de espaços públicos quer privados, destacando-se nesse âmbito uma série de villas por encomenda da nobreza veneziana. De resto, Andrea Palladio, fecha o ciclo das obras renascentistas em Veneza, com a edificação de três espaços religiosos, duas, San Maggiore (1556) e a do Redendor (1557), que estão localizadas nas ilhas limítrofes. Neste âmbito, destaca-se sem dúvida, a do Rendero II iniciada em 1577, de planta centrada, com Cúpula de três conchas sobre o cruzeiro. Cujo acesso se concretiza pela anexação de uma nave central com abóbadas de berço e capelas em forma de nicho. A Fachada com colunas duplas de ordem colossal no portal e no pórtico um frontão, denunciando desde logo a tendência maneirista neste espaço do Renascimento tardio.