História Local - O desejo da criação de uma folha periódica em Elvas, desde meados do século passado era um desejo da "elite" esclarecida da cidade, deveras influenciada pelo desenvolvimento da mesma na Estremadura Espanhola, por isso o primeiro periódico elvense foi publicado com o recurso à tecnologia do país vizinho. De facto, no primeiro número da Voz do Alentejo, editado em 10 de Setembro de 1659, lê-se "...Era uma falta, e uma falta considerável, não haver em Elvas uma imprensa . Toda a gente ilustrada lamentava esta inopia, e aspirava ao regosijo de ver estabelecida aqui uma typografia (...) Sendo impresso no reino vizinho ! Por enquanto não se alcançaram os meios indispensáveis para introduzir a imprensa; convinha porém, que a todo o custo se publicasse o periódico e que, embora se faltasse a algumas causas do programa, não se faltasse a criação desta pequena folha!. Nascia assim o primeiro jornal editado na raia portuguesa, sob direcção de Manuel Castro Sampaio e Ezequiel Cândido Augusto César Vasconcelhos, inicialmente independente tornou-se a partir da edição de 8-5 de 1861, defensor da política liberal proposta pelo partido Histórico. De temática noticiosa e literária, desenvolvia outtros temas sem regularidade determinada como de natureza religiosa, comercial e agrícola. Publicaram-se cerca de 523 números durante a sua existência. A sua redacção situva-se na rua do Alamo nº13 transferindo-se depois para o Largo dasFreiras de S.Domingos a partir do momento em que possui uma imprensa própria, uma vez que até então era impresso na tipografia de D.Jerónimo Orduña. Até ao final do séc. XIX , publicaram-se 28 periódicos, O Correio Elvense nascido em 10-11-1899, seria o grande sobrevivente existindo durante onze anos, O Elvense fundado em 16-6-1880 seria o recordista editorial com cerca de 1934 edições. O Diário de Elvas que chegou à luz do dia em 28-7-1893 foi até aos nossos dias o único serviço diário escrito que alimentou os espíritos elvenses. Jornais de natureza política foram também uma característica única da imprensa periódica elvense: Sentinela da Fronteira(1881), Democracia (1869) , Democracia Pacífica (1884) ; Alto Alentejo (1881) e os dois grandes jornais Progressistas O Elvense e o Correio Elvense. Outros folhas especializadas de natureza efémera ficam para a história: A Infância (1889) ; O Boletim Eclesiático (1887) , o ABC do Comércio (1884) ou O Clamor da Mocidade (1885) que tal como A Borboleta (1887) tiveram uma tiragem única. Postado por Arlindo Sena