sábado, novembro 19, 2011

O Iluminismo e o tempo da Ilustração

Voltaire (1778)  - Jean Antoine Houndon in National Gallery Art

"Liberdade guiando o Povo", Óleo sobre tela, de Eugène Lacroix, Museu do Louvre 

"Experiência de uma bomba", Óleo sobre tela, de Joseph Wright, 1768, Tate Gallery

O século XVIII é o tempo da ilustração ou do iluminismo …como afirmava Kant : “ a Ilustração consiste no facto de o homem sair da sua menoridade” … As suas ideias forças estavam assentes  na Razão (ou seja tratava-se de sujeitar tudo a uma rigorosa análise racional);   no Progresso ( tratava-se não tanto de um progresso material, como do acréscimo de conhecimentos dos mais variados sectores, designadamente no campo científico e técnico);  na Paz ( O clima de animosidade e luta entre os homens resulta da superioridade de uns sobre os outros. A razão, porém, diz-nos que os homens são iguais e irmãos. Daí que o espírito de fraternidade deva substituir o de agressividade.   Mas, se é certo que o iluminismo encontrou a sua inspiração nas ilhas britânicas a sua glória e apogeu, encontrou o seu expoente máximo em França com o pensamento de alguns filósofos nomeadamente no pensamento de Françóis Marie Arouet, mais conhecimento por Voltaire, que está para o Iluminismo tal como Lutero para a Reforma ou Miguel Ângelo para o renascimento. Nas suas reflexões e obras posteriores ao Dicionário Filosófico, Cândido, expôs uma doutrina que “o mundo é governado por leis naturais e que a razão e a experiência concreta são os únicos guias seguros que os homens e as mulheres podem seguir”. Voltaire é também conhecido como um campeão da liberdade individual. Considerava como totalmente bárbara todas as restrições à liberdade de expressão  e opinião. Jean Jacques Rousseau, exaltou a vida das civilizações primitivas com mais fervor ainda que qualquer um dos seus companheiros. Interessou-se particularmente pela  liberdade e igualdade das massas do que outros reformadores do seu tempo. Os dogmas de Rosseau sobre a igualdade e soberania do povo, ainda que amiúde mal interpretados, tornaram-se as palavras de ordem  dos revolucionários do século XVIII e de milhares de adversários mais moderados do regime vigente. Entre outros filósofos contam-se os “enciclopedistas”, Denis Diderot e Jean Alembert, que colaboradores da Enciclopédia, pretendia que a mesma fosse uma suma completa dos conhecimentos filosóficos e científicos da época. De um modo geral, ambos concordavam com o racionalismo e o liberalismo de Voltaire. Diderot, por exemplo, afirmava que “os homens jamais serão livres enquanto não seja enforcado o último rei com as tripas do último padre”. D` Alembert, embora com tendências racionalistas e individualistas do Iluminismo, deferia da maior parte dos seus companheiros por defender a difusão de novas doutrinas entre o povo. A atitude geral dos seus contemporâneos, sobretudo de Voltaire, era desprezar o homem comum e considerá-lo como um imbecil, sem possibilidade de salvação, dada a sua ignorância e grosseria. Para D´Alembert, porém, a única garantia de progresso estava no esclarecimento universal. Sustentava, por isso, que as verdades da razão e da ciência deviam ser ensinadas às massas, na esperança de que um dia o mundo inteiro pudesse libertar-se do obscurantismo e da tirania. O espírito humanitário do iluminismo encontrou expressão também em outras direcções . Vários cientistas e filósofos movidos pelo ideário iluminista denunciaram os males da escravidão tal como o pacifismo, numa época em que o racionalismo e o iluminismo prestaram sem dúvida uma contribuição para melhorar a condição humana.