domingo, fevereiro 15, 2009

Barbacena entre a originalidade e o nefasto séc. XIX

História Local - A história das freguesias do concelho de Elvas passam de certo modo ao lado da História Geral do Concelho de Elvas. Mas não devemos ignorar a História de Barbacena que de nobre vila da Coroa portuguesa, não é hoje mais do que uma aldeia igual a todos as outras do nosso estimado e heróico Alentejo. De facto desde o séc. XIII que a vila elvense se afirmou como uma vila de matriz aristocrática uma vez que desde a sua fundação a nobreza de corte ou os ricos homens são os grandes de Barbacena. Assim na carta de doacção (1251) a Esteve Annes se confere a capacidade de governo próprio e fora do contexto do poder régio. A Carta Foral de 1289 cofirma aquela doação da rica terra de pão, azeite, linho e frutos. Durante as guerras Fernandinas o primeiro incidente entre o poder régio e o poder central, o então senhor de Barbacena toma partido por Castela para onde segue com a sua criadagem, o que determinou a confiscação da terra que volta à Coroa durante duas gerações. Na verdade, uma vez mais os particulares voltam ao governo da vila Barbacena quando em 1575 Martim Castro compra Barbacena por 28.500 cruzados, embora sem direitos de jurisdição e administrativos que todavia conseguiu obter em fim da sua vida terrena em 1612. A partir de então a Vila de Barbacena, passa para o domínio do ramo Furtado de Mendonça que percorre os momentos históricos das gentes destes campos, resistindo com heroísmos aos cercos de 1660, 1708 e 1712. Porém o séc. XIX seria nefasto para a povoação de Barbacena, bombardeada e saqueada em 1801 perante o avanço espanhol que fez do Alto Alentejo uma caminhada sem oposição e em glória que só a paz e a diplomacia portuguesa não evitou a perda de todas as povoações da raia histórica do distrito de Portalegre com excepção de Olivença. A guerra civil na primeira década do Liberalismo afastou definitivamente Barbacena dos corredores reais, o seu apoio a D. Miguel e o saque à documentação do cartório de Barbacena em 1801 foi determinante para a extinção do concelho de Barbacena em 1836 , numa época em que parte da população abandonava a terra dos seus pais e avós. Era o princípio do fim de uma terra com história que o silêncio do século XX abafou ao sabor do trabalho da terra que a partir de então passou a honrar estas gentes com HISTÓRIA. Da época áurea reside hoje o seu Pelourinho quinhentista de três degraus e com uma gramática semelhante ao da Cidade de Elvas. Postado por Arlindo Sena.