A Casa de Bragança reforçou a sua posição no sul do território com a paz após a crise Geral do Séc.XIV
Os duques de Bragança afirmavam o seu poder fundiário no Alentejo Central.
As Casas nobres rareavam no Baixo Alentejo.
Os séculos XIV e XV foi um tempo
de paz e prosperidade, de transição entre a Paz e a Guerra, entre a
consolidação e organização administrativa num tempo que o horizonte da Pátria
Lusitana se perpetuava para terras de Além Mar … todavia em terras da planície
se estabeleciam os laços com as grandes casas da nova dinastia, a Casa do
Infante e a Casa de Bragança. Os Bragança chegavam ao Alentejo, na figura de D.
Fernando, Conde de Arraiolos, e mais tarde o senhor da Casa de Bragança, que
lançara as raízes do seu ducado no Alentejo, depois de receber do seu avô a
vila de Arraiolos, mas o seu potentado estendia-se pelo Alto Alentejo recebendo
as rendas e os direitos das vilas de Estremoz, Sousel, Alter do Chão, Vila
Formosa, Borba, Monsaraz, Portel, Vidigueira, Frades, Vilalba e Vila Ruiva. Senhor
integral de Vila Viçosa possui igualmente rendas e direitos da vila de Beja. Todavia,
o reforço da Casa de Bragança nas terras do sul, tornou-se evidente durante o
reinado de D. Afonso V quando nomeou o
seu irmão D. Fernando senhorio do conjunto de Moura e Serpa. De resto o monarca
reforçou a presença dos Bragança por todo o território nacional com a criação
de trinta e seis casas por todo o território, destacando-se a de Olivença nos
confins dos limites da ampla fronteira do Alto Alentejo. Mas durante o séc. XV,
o Alentejo passou a desempenhar um papel importante na vida do reino, graças à
política ultramarina, numa época em que as terras da raia face à paz com
Castela perdiam a sua posição de bastião da defesa da fronteira e apenas Évora
já então o maior centro populacional a sul e referencia para a nobreza mais
abastado do reino que edificava as suas casas palacianas e cimentava cada vez
mais essa posição na medida que a mesma se localizava na rota dos caninhos para
o Algarve. A casa do Infante Dom Henrique, ficaria definitivamente ligada às
terras da planície quando a 7 de Abril de 1408 por carta régia lhe foi concedido
um vasto património na cidade de Évora onde passaria largos meses após a
descoberta do arquipélago da Madeira. Nas
terras de Entre Tejo e Guadiana, contavam-se cerca de quatro dezenas de
serviçais em funções tão diversas como: besteiros
do couto (9), escudeiros (20), cavaleiro
(9) e um número incontável de criados,
que se difundiam um pouco por todo o Alentejo ; Alcácer (2), Beja (3) Castelo
de Vide (2); Castro Verde (1); Elvas (4); Estremoz (1); Évora (8); Messajana
(2); Montemor O Novo (6), Moura (3); Nisa (7) ; Odemira (1); Portalegre (6) e
Serpa (1). Entre a fidalguia da Casa do
Infante, destacava-se figuras como Nuno
Tristão de Elvas, descobridor do Cabo Branco, D.Rui de Melo, Conde de Olivença
e Governador da Praça Militar de Tânger e um dos seus sucessores D.Duarte de
Meneses cuja família mais tarde se fixou em Elvas; Diogo Subtil que foi
administrador e juiz ao serviço de D. João IV após a Cise Geral do séc. XIV; o Cónego da
Sé de Évora, Fernando Afonso Cicioso, que recebia a tença anual de 350.000 rs e
possuía um rol de propriedades no valor de 300 dobras de ouro; Men Afonso de Évora
que após a redescoberta da Madeira torna-se uma das figuras mais influentes da
administração da Casa do Infante no Funchal e algum tempo um rico produtor de açúcar
durante o ciclo madeirense. No Alto Alentejo estas duas grandes casas
evidenciavam a afirmação dos poderes públicos e da fidalguia sobretudo
relativamente a região sul de Beja quase marginal, quando o eixo que vai de Montemor-o-Novo
a Estremoz passando por È Évora e que só raramente se afirma na cidade
alentejana do Baixo Alentejo.