DIOGO FONSECA ACCIAIOLI COUTINHO de SOUSA TAVARES, figura de relevo na vida política e social portalegrense, era no período em que se insere a nossa reflexão a figura mais prestigiada da família Fonseca Acciaoli. Procedia de algumas famílias notáveis da região, como os Acciaoli, Fonsecas, Jusartes e Sousas de Arronches. Este grupo familiar era referenciado desde começos do século XVI ao serviço da Coroa portuguesa na personagem de Álvaro da Fonseca Coutinho, Alcaide-mor da cidade de Portalegre em 1530, marcando o início da relação com a Casa Real que se manteve até finais do século XIX. Outras figuras desta velha família aristocrática, merecem, igualmente referência, João Fonseca Coutinho, cavaleiro da Ordem de Cristo, que desempenhou ao longo da sua vida algumas funções relevantes como as de Procurador em cortes em 1645 ou Juiz da Coroa. Na transição para o século XX o morgado João Fonseca Acciaioli Coutinho Sousa Tavares era quem ocupava o palácio familiar chamado de Fonseca Acciaioli, situada na zona histórica da cidade e possuía, como era frequente entre os membros da aristocracia e a alta burguesia europeia, uma segunda casa de Verão, concretamente um solar de grandes dimensões localizado na Quinta da Lameira, que se estendia nos arredores de Portalegre, na localidade de Entre-as-Ribeiras. Por sua vez, o morgado de Entre-Ribeiras, Diogo Fonseca Acciaioli Coutinho de Sousa Tavares, irmão do anterior, logrou manter quase até final de Oitocentos a maior parte de um extenso e rico património construído por João Afonso Coutinho que incluía também um conjunto de herdades localizadas na área do Reguengo, entre elas as chamadas de Entre-Ribeiras e Cabaça que haviam constituído ao longo de quase três séculos uma das fontes principais de renda para o grupo familiar dos Coutinho. Durante a segunda metade do século XIX a riqueza familiar continuou em pleno crescimento através do arrendamento de terras, especialmente as que se localizavam fora do município de Portalegre, sendo esta outra das formas de manutenção do seu património. Eram os casos da Horta de Alvega, situada no município de Abrantes e que tinha por renda anual o valor de 300$000 rs., e a fazenda de Figueirinhas situada no termo municipal de Ponte de Sor, que gerava na sua condição de antigo senhorio a renda anual de 3.000$000 rs. A prática de arrendamento foi, uma das vias más usuais empregues pela obtenção de recursos económicos por Diogo Fonseca, que chegaria a ter como arrendatários outros membros da aristocracia portalegrense, caso de Manuel de Barros Castelo Branco, a quem arrendou a título perpétuo a herdade de figueiras de Maio. O seu irmão João Fonseca Acciaioli Coutinho de Sousa Tavares, era então representante do património da Condessa Melo como se pode comprovar na escritura de um olival localizado no município de Arronches no valor de 101$000 rs. O certo é que o património e a riqueza da família Fonseca Acciaioli se baseava essencialmente na posse da terra, como se pode observar pela leitura do testamento de seu pai de 4 de Janeiro de 1877, que transmitia aos seus herdeiros um património constituído por uma casa nobre, cinco herdades, oito tapadas e três pequenas propriedades que nos inícios de 1870 proporcionava aos seus titulares a renda anual de 1.248$905 rs. Todavia quando o século XIX chegava ao fim, Diogo Fonseca Acciaioli de Sousa Tavares era todavia o maior terratenente de Portalegre. Mas por pouco tempo, uma vez que acabou praticamente com a sua fortuna pessoal pelos gastos que então fazia com a actividade política enquanto figura de destaque do Partido Progressista e com iniciativas de carácter solidariedade que o tornou conhecido como o “Pai Diogo” entre as classes populares e desfavorecidas da cidade de Portalegre