sábado, setembro 03, 2011

O renascimento em Itália: características gerais (síntese).

 Basília de S.Pedro coroada de elementos clássicos
 Interior da Basílica de S.Pedro com a sua abóbada em caixotões

S.Magiore II e a sua inseparável cúpula 

 A originalidade da Ponte Vechio
Campanário da muralha defensiva do palácio Vechio


A grandeza do Palácio di Priori


A villa Rotonda complemento do fausto urbano da burguesia itálica 

A arquitectura renascentista inspira-se inicialmente em modelos romanos, mas também gregos, helenísticos e bizantinos. Numa análise comparativa com a Antiguidade Clássica , observa-se que os arquitectos do renascimento, continuaram a utilizar determinadas estruturas arquitectónicas da época clássica como as ordens de coluna, as formas de frontão e de ornatos, numa composição arquitectónica pautada pela harmonia e por uma nova concepção de espaço. A forma ideal de construção sacra, segundo os grandes teóricos definia-se numa construção de planta centrada encimada por uma cúpula, se bem que a prática cultural surge a partir desses edifícios com construções axiais. A cúpula assenta geralmente sobre um tambor e é encimada por uma laterna. As paredes, que no gótico tinham sido em grande medida substituída por vitrais, passam novamente a ser fechadas. Os elementos divisórios e decorativos, que no Renascimento lombardo estavam ainda sobrecarregados de uma ornamentação exuberante, transformam-se no Alto Renascimento em formas tranquilas sem qualquer tendência de verticalismo. Predominam o rectângulo e o círculo. A nervura e o arco em ogiva são banidos. Os tectos de madeira, as abóbadas de berço e as cúpulas são divididas em caixotões. As janelas são rematadas por um arco de volta inteira no Renascimento primitivo, e no Alto Renascimento têm um remate direito (a partir de cerca de 1500), coroado por um frontão triangular ou aberto. Em vez de pilares do gótico tardio, sem base nem capitel, reaparecem as ordens de colunas clássicas: dórica, jónica, compósita, que “correspondem à medida do homem e representam a sua imagem , na euivalência base-pé, fuste- corpo e o capitel –cabeça”[H.Weigert]. A fachada torna-se também mais humana: apresenta em grau cada vez maior colunas e pilastras, silhares rústicos e pulidos, antecorpos, pórticos e ressaltos. A casa de Deus deixa de ter um carácter místico, espiritualizado e sagrado para se transformar numa realidade grandiosa. [Wilfried Koch, Renascimento e Maneirismo, p. 215 ]. As formas tardias do Renascimento italiano, posteriores a 1530, tornam-se mais pesadas; as pilastras são substituídas por meias-colunas ou colunas cilíndricas, as cornijas sobressaem muito as paredes. A decoração mais rica anuncia o Maneirismo que se aproxima. O principal arquitecto do Renascimento tardio foi Andrea Palladio, 1508-80. Este arquitecto nem sempre aplica as regras que ele próprio deduziu do estudo das construções antigas. Mas os seus esforços no sentido de uma aproximação cada vez maior das plantas das construções da Antiguidade, são visíveis na Villa Rotonda no seu sentido de simetria e das proporções harmoniosas, tornam-se um cânone clássico na época seguinte. Na arquitectura civil, todas as grandes famílias florentinas encomendaram palácios e villas com jardins no campo. Todos os palácios urbanos são autênticos bastiões, fortemente fechados no exterior, com pátios com colunas no exterior, construídos mediante arcadas e ordens clássicas, em geral mais habitáveis e flexíveis do que o que indicam os seus austeros tratamentos exteriores. A cantaria das paredes dá-lhes uma vibração especial, um carácter rugoso e áspero não isento de conotações defensivas de instabilidade. Mais tarde, cada arquitecto em cada palácio procurará a maneira de assinalar e diferenciar o carácter singular de cada novidade.