História local : - A presença militar portuguesa na cidade de Elvas percorre toda a história contemporânea de Elvas, embora haja uma série de referências para a época moderna ainda que não houvesse propriamente um exército permanente e organizado. Todavia as tradições do exército português nesta cidade remontam à Guerra da Restauração quando estiveram estacionados em 1642 em Elvas os Terços de Elvas, Estremoz ( pelo menos de desde 1611) e Castelo de Vide), na defesa da raia do Alentejo. Porém seria nos finais do séc .XVII que o espaço fortificado e abaluartado elvense, recebeu as primeiras unidades de um exército com características modernas, foram os casos dos Regimentos de Infantaria nº 5 e nº17 estacionados desde 1754 e ainda do Batalhão de Caçadores do Alentejo, com origem em Castelo de Vide em 1808. A partir de então a presença das forças armadas nomeadamente da Infantaria foi uma realidade permanente em tempo de paz mas naturalmente de guerra. Assim durante a chamada “Guerra Fantástica” em 1762 a defesa dos interesses nacionais foi organizada pelos 1º e 2º Regimentos da Infantaria de Castelo Vide e de Elvas respectivamente. E de Elvas sob comando do herói nacional General Gomes Freire de Andrade partiu o Regimento de Infantaria de Feire para a Campanha do Rousilhão (1793-1795), contra a força revolucionária de 1789. O momento alto, da militarização da Praça Militar de Elvas em tempo de guerra aberta foi sem dúvida, durante as Guerras Peninsulares quando se concentrarem em Elvas cerca de 32.2000 efectivos, constituída pela Infantaria (21.600) e Artilharia (9.600) quase duas vezes mais a população urbana da época, face ao perigo eminente das invasões napoleónicas, que não impediu que o exército nacional, estacionado na praça militar de Elvas não fosse um protagonista da guerra contra o imperialismo francês. De facto o Batalhão de Caçadores nº1 e os regimentos de Infantaria nº 4, nº 8 e nº17, partiram para a Extremadura contra as forças operacionais napoleónicas, enfrentado as mesmas nas em Ponte de Almeida em 1810 e em Orthez em 1814. Distinguindo-se tais unidades militares nas batalhas do Albuera (hoje ainda comemorada pela restrita comunidade britânica residente em Elvas), , Badajoz, Salamanca , Vilória e Pirenéus. O Século XX, marcado pela desmilitarização da praça militar em finais do século XIX, ainda contribui para o reforço do exército aliado, com o envio do Regimento de Infantaria nº 22 que combateu na Flandres em 1914 e pouco depois mobilizado para então colónia portuguesa de Angola. A partir daí essa vocação de placa de estacionamento de apoio a espaços coloniais marcou a segunda metade do século XX, com o envio do Batalhão de Caçadores nº1 para o Estado da Índia no período de (1954-1960) e depois com o Batalhão de Caçadores nº8 , mobilizou para a guerra do Ultramar (1961-1974) para teatros de guerra localizado respectivamente na Guiné e Moçambique. Os ventos democráticos e de paz, converteu o Batalhão de Caçadores nº 8 no conhecido e recordado, Regimento de Infantaria de Elvas, herdeiro das tradições militares de Elvas, mas que não resistiu aos ventos da desmilitarização face às vontades políticas, ao processo de modernização dos equipamentos militares e de uma Europa sem fronteiras, anulando a vocação histórica e militar da cidade de Elvas ( Posts relacionados: Elvas placas de estacionamento militar portuguesa em finais do século XIX -14 de Maio de 2009 e Governadores da Praça Militar – 27 de Agosto de 2008) . Postado por Arlindo Sena.