quinta-feira, novembro 26, 2009

IX-Terras da Raia de Portalegre - A aristocracia do Sul do Distrito





Nas restantes terras do Distrito de Portalegre a Nobreza Tradicional era então escassa e pouco representativa e se é possível identificar na cidade de Elvas e na vila de Campo Maior, algumas casas da aristocracia, como os Marqueses de Penalva representado pelos Menezes, um grupo familiar, que desde os primeiros séculos da nacionalidade portuguesa e em especial durante a Expansão Portuguesa, esteve, quase sempre representado na Corte e em alguns acontecimentos marcantes da história portuguesa. Não foi em vão, que muitos dos seus membros desempenharam algumas funções administrativas e políticas mais importante não só na própria Casa real mas também na administração colonial nos sécs. XV e XVI. O ramo parental dos Menezes que fixaram a sua residência em Elvas no séc .XVII, na transição para o século XIX, viviam no centro da cidade junto a outras casas nobres entretanto desaparecidas e era então um espaço de sociabilidade ímpar na raia portuguesa onde se deslocava com frequência às suas festas sociais algumas das famílias da alta nobreza da província da “Estremadura Espanhola” e outras de Évora e de Reguengos de Monsaraz. De realçar, ainda que esta casa palaciana serviu como lugar de hospedagem a alguns membros da Coroa nas últimas viagens realizadas pela Casa Real no fim da Monarquia Constitucional quando da sua passagem por Elvas de visita ou a caminho do país vizinho. A sua riqueza agrária era formada por uma série de propriedades repartidas pelos municípios de Elvas, Campo Maior e Portalegre, ainda que algumas, poucas, eram exploradas em regime de associação com a família do Castelo Branco de Portalegre. Em Arronches esta família detinha um grupo de propriedades que embora pertence aos Menezes estava titulada em nome do Conde de Tarouca e eram geridas pelo grande produtor local, o lavrador Joaquim da Silva já nas primeiras décadas do século Vinte. Na vila de Campo Maior podemos identificar um conjunto de famílias com títulos aristocráticos mais recentes. Como são os casos dos Viscondes de Ouguela, Cayola e Xévora que como os grupos pertencentes à nobreza tradicional, incrementaram as suas riquezas mediante a compra e venda de propriedades, possuíam também alguns foros pelos quais recebiam algumas taxas que em termos económicos eram tão importantes como os arrendamentos que constituíam uma base deveras importante nos grupos aristocráticos tradicionais. Por último, ao finalizarmos a reflexão sobre o grupo nobiliário da raia do distrito de Portalegre, devemos assinalar que nos começos do século XX uma parte considerável das suas herdades estava já na posse dos antigos arrendatários, alguns dos quais já se tinham convertido em lavradores de sucesso, homens verdadeiramente ricos e figuras de influência notável na vida económica e política das cidades e vilas raianas do Distrito de Portalegre.