Évora recebeu a Corte Joanina e temporariamente foi a capital do País
A criação do Bispado de Elvas evidenciava a expansão demográfica das populações raianas
Ao serviço da Coroa a vila de Beja recebeu o reconhecimento régio com a elevação a cidade
Depois da trilogia, guerra, fome
e peste, a província do Alentejo avançava com novas perspetivas de desenvolvimento
à medida que se caminhava para a nova centúria, como de resto em sucedeu em
todo o Ocidente Medieval. De facto, à medida que se avançava para o século XV,
um pouco por toda a Europa Ocidental se assistiu a um intenso crescimento
económico e populacional. Na vizinha, Extremadura Espanhola esse crescimento excepcional
ocorreu em terras de Plasencia ou em Trujillo em que a população em expansão rompe
com a cintura muralhada. Em Portugal nas terras do sul, as intervenções de
conservação, reforço dos castelos e cercas, durante o séc. XV denunciam duas
intenções a defesa e o aumento demográfico das populações acasteladas, a
documentação refere essas obras de matriz régia e por iniciativa concelhia em
Arronches (1439), Évora (1433), Elvas e Beja (1439); Marvão, Castelo de Vide,
Elvas, Alandroal, Terena, Mourão e Mértola (1442) e Serpa (1443). Mas em terras Entre Tejo e Guadiana, estava
então em plena expansão demográfica e apenas as Beiras e Minho ultrapassavam a
província do Alentejo que antes de meados do séc. XVI tinha uma população
efectiva de 48.604 efectivos. Uma parte dessa colonização ocorria em terras da
Coroa, mas também pela acção da Casa de Bragança ou das Ordens militares de Santiago,
Avis e Crato. A Casa de Bragança, só por si concentrava cerca de 31. 464
efectivos sendo 6.329 moradores que integravam ao serviço da Casa Ducal, os
restantes moradores povoavam terras e termos pertencentes a Elvas, Setúbal,
Portalegre, Estremoz, Montemor-o-Novo, Évora e Beja. Évora que desde a
reconquista se afirmou como o centro urbano de referência do Sul de Portugal
chegou a ser uma alternativa a capital lisboeta, como resultado do surto de pestilência
e da fome, que levara a Corte a radicar-se temporariamente entre 1533 -1536 … para
o humanista André Resende esta presença régia na cidade eborense era a justificação
para um pedido ao monarca para a concessão de uma Feira franca e de um Estudo
Geral. E as vilas de Elvas e Beja, numa atitude de fortalecimento da vida
regional, tornavam-se cidades por cartas régias de D. Manuel I, no caso da
cidade raiana do Distrito de Portalegre que mais cresceu em termos demográficos
era elevada a bispado em 1570 recebendo como terras sob jurisdição do seu
bispado, Olivença, Campo Maior, Ouguela, que pertenciam à diocese de Ceuta e
algumas terras desanexadas do arcebispado de Évora. A nova cidade de Beja
surgia como reconhecimento do serviço prestado pelas suas gentes durante as
guerras com Castela e nomeadamente a ajuda dada à Coroa em homens, armas e
cavalos. Já na segunda metade do séc. XVI, num esforço de reforçar os focos de
irradiação para a ocupação do território a sul do território, D. Sebastião
procedeu à elevação de Montemor-o-Novo (1567). Na verdade esta intensão já
fazia parte na acção da Coroa, D. Manuel I durante o seu reinado já promovera a
vila de Montemor-o-Novo ao 4º banco na reunião das Cortes, tal como a vila de
Estremoz por reconhecimento do prestigio da sua fidalguia de linhagem.