Pablo Picasso, Les Demoisells d´Avignon, óleo sobre tela, 24.9 x 233,7 cm
Umberto Boccioni, A cidade ergue-se, óleo sobre tela, 199.3cm x301 cm.
Piet Mondrain, Composição em Cor, óleo sobre tela, 50x44 cm
Salvador Dali, Construção mole com feijões cozidos, Óleo sobre tela, 51 x78 cm
A literatura nas artes acompanharam as
inovações introduzidas no campo da ciência e técnica. De um modo geral, as
mudanças verificadas no campo da criação literária e artística
caracterizaram-se pela proliferação de inovações e pela diversidade de
experiências de vanguardas culturais que procurando romper com o passado, deram
origem ao modernismo. No campo das artes
plásticas, as grandes tendências centraram-se na construção de um novo universo
plástico através da exaltação da cor, do desmantelamento da perspectiva
renascentista e da construção de uma nova visão do espaço. Assim o expressionismo concebia a arte como a expressão do mundo
interior do artista (as suas angústias ou inquietações), pelo que a obra de
arte poderia distorcer as formas ou cores dos objectos representados),
cujos principais representantes são Ernest Kircher e Edvard Munch, procurou
exprimir na pintura os dramas da condição humana (miséria, angústia, injustiças
e solidão) através da deformação intencional das formas e dos contornos, da
utilização arbitrária da cor e da ausência da perspectiva clássica, substituída
por tonalidades contrastantes. A exaltação da cor é, por sua vez, a
característica mais saliente do fauvismo ( Caracterizado pela utilização expressiva e intensa da cor, sem
preocupações de exactidão em relação à realidade) Matisse, Rouault, Dérain) através do uso
dos tons puros e fortes, abandono das regras claro-escuro, do permenor
de representação do real ou da perspectiva, o que implicou o regresso à
bidimensionalidade da pintura. Entretanto, Pablo Picasso e George Braque
provocavam uma revolução na arte ao decomporem os objectos e as figuras em
formas geométricas (cones, cilindros, esferas), colocadas na tela em planos e
perspectivas diferentes,
provocando deste modo o desmantelamento da perspectiva renascentista. O cubismo (caracterizado
pela decomposição das objectos e das figuras geométricas colocadas em planos e
perspectivas diferentes, provocando o desmantelamento da perspectiva
renascentista e a emergência de uma quarte dimensão na pintura, conseguida
através de diversas visões simultâneas dos objectos) destrói a realidade, não possui qualquer relação com ela, é uma
abstracção. Emerge uma quarta dimensão na pintura através de uma visão
intelectualizada do espaço, que possibilita a visualização dos objectos sob
diversas perspectivas em simultâneo. Por outro lado, com origem na Itália,
surgiu o futurismo, propondo a supressão da
tradição e a introdução de temáticas relacionadas com a velocidade, a mudança e
o dinamismo característicos da vida moderna (máquinas, pontes, aviões),
recorrendo a técnicas do cinema e da fotografia, como a decomposição de formas
e cores, a alternância de planos ou a sobreposição de imagens. Se, com o cubismo, a
pintura já aparece desligada da realidade visual, é, porém com o abstraccionismo (que
concebe a obra arte como reflexo do estado de espírito do artista, o que supõe
a sua abstracção relativamente ao real e o desaparecimento da representação dos
objectos, substituídos por linhas, cores e formas que valem apenas por si ) , iniciado por Kandisky em
1910, que o artista transforma o quadro em pintura não figurativa, rompendo em
definitivo com a perspectiva clássica, seja através de uma linguagem matemática
onde o jogo da cor e as linhas procuram representar uma realidade oculta (
abstraccionismo geométrico, de Piet Mondrian), seja através de formas orgânicas
e cores vibrantes ( abstraccionismo expressionista, de Kandisky. Ligado à
psicanálise de Freud, surge o surrealismo (Dali,
Max Ernest e René Magrite), cujos princípios assentam na crença da
superioridade de algumas formas de associação, na importância para a produção
artística de toda a criação gerada a partir do sonho e do inconsciente, fora,
portanto, da vigilância da razão e do consciente, na procura da libertação
interior. Os surrealistas usam fragmentos fotográficos fazem colagens, pintam
sobre velhos painéis, ou seja, fazem surgir a obra de arte a partir das
banalidades do quotidiano. É possível, entretanto destacar duas tendências:
uma, figurativa, de que se destaca Salvador Dalí, caracterizada pelo recurso à
associação interpretativa de fenómenos delirantes, como a alusão a desejos reprimidos ou
a resíduos do passado; outra abstracta, de Joan Miró, valorizando o recurso à
associação de símbolos provenientes do seu imaginário. Finalmente, percursor do
surrealismo, nascido também na Suiça o dadaísmo (
caracterizado pela recusa do racionalismo, da arte e da literatura
tradicionais, que valoriza o acaso, o absurdo, o espontâneo, a dúvida, o
instinto, o inconsciente e o indíviduo). Principais
representantes , Marcel Duchamp, Francis Picabia e Hans Harp) propunha que a
cultura se libertasse das suas regras lógicas, de forma a deixar brotar o
instintivo e o escandaloso, através, nomeadamente, do insulto ao talento e ao
génio, pelo menos nas formas que eles normalmente assumiam.-