Edvard Munch, O Grito, 91x73.5cm, 1898, sobre papel, Galeria nacional de Oslo
Edvard Munch, Puberdade, óleo sobre tela, 1895, 151,4 x 109.9cm. Galeria Nacional de Oslo
Edvard Munch, Raparigas numa ponte, óleo sobre tela, 135.9 x 125.4 cm, Galeria Nacional de Oslo
Edward Munch (1963-1944) – sem
dúvida uma das referências das vanguardas artísticas, cuja obra se destaca
pelas suas intensas e torturadas imagens, de grande carga psicológica, que
reflectem ou encarnam a mentalidade depressiva e angustiada da cultura nórdica
do fim do século. Estes sentimentos estão subjacentes no quadro mais famoso de Edvard Munch, "O Grito" que mostra a ansiedade e o medo, que reinava em finais do séc. XIX. A personagem representada, simboliza o desespero humano que marcava essa época de transição num contexto cromático em que o ritmo das linhas longas e sinuosas parece fazer com que o eco provocado pelo grito transborda por todos os cantos do quadro, transformando o céu e a terra em uma grande cena d horror. A sua obra de uma geral foi influenciada pela paleta
cromática dos pintores do impressionismo francês. Nas suas obras em relação à
representação feminina, a mesma surge vitimizada e ameaçadora e na linha dos
seus quadros de um simbolismo subjectivo está patente a sua própria luta
interna com as relações sociais e com a sexualidade. Na obra "Puberdade" Edvard Munch, evoca simultâneamente a atracção e repulsa do inconsciente explorado por Sigmund Freud. Mas é evidente, que o pintor nórdico, não estava interessado em revelar a vulnerabilidade da rapariga, mas sim em mostrar compreensaõ e empatia. Apesar da perturbação interior, o retrato possui uma austeridade formal e solenidade reminiscente de retratos de Cristo em sofrimento. Tanto no seu estilo como
na sua temática, as suas representações foram importantes para a afirmação e consolidação
do expressionismo alemão.