sábado, outubro 16, 2010

6.A Época da Modernidade - A Nobreza de Sangue durante o Antigo Regime em Elvas

Brasão de Armas dos Mata Sousa Coutinho

Brasão de Armas dos Vasconcelhos

Brasão dos Mata Coronel


A modernidade marcou uma nova era na sociedade elvense cujo modelo aristocrático segundo a estruturação do Antigo Regime, tornou-se visível durante o século XVII como resultante da importância de uma aristocracia de Corte, uma fidalguia que se radica na cidade e na mesma se identifica claramente alguns dos protagonistas das Linhas de Elvas. Na verdade o Alentejo era um dos principais teatros de guerra terrestre, favorecendo a aristocracia das armas. Trata-se de uma Nobreza de sangue com exclusão de alguma fidalgos originárias do Terceiro estado, como são, os casos dos Mendes e os Mata, de uma ascensão à margem dos códigos de honra da Nobreza de Portugal e que se afirmam ao longo da época Moderna , com base no seu poder económico. Mas foi sem dúvida a vida política e militar, que favoreceu a presença de aristocracia de armas, Luís Mendes de Vasconcelos, o primeiro, Conde Catanhede cobriu-se de prestígio durante o Cerco e Batalha de linhas de Elvas, mas tratava-se de um membro grupo nobiliárquico associada à corte por via dos negócios e que acabou por ter uma rápida ascensão política na vida política -administrativa por volta de 1661 quando se torna no Vedor da Fazenda do Reino. Era também a afirmação da família Menezes, titulada e cujo prestígio estava associado à presença de vários dos seus membros na vida política e institucional do Império Português, antes e depois das Linhas de Elvas, com funções por nomeação régia para funções tão variadas e específicas, como de capitães a Governadores Ultramarinos entre elas destaca-se o cargo de Vice-Rei nos confins do Império e que viu o seu património fundiário ampliar-se nos concelhos de Elvas e Alandroal nomeadamente na época contemporânea. De resto o Conde Catanhede chega ao comando supremo do exército do Alentejo ns anos decisivos da guerra face ao seu desempenho e experiência de político e gestor financeiro, capaz de organizar os meios maturais e humanos. Os Vasconcellos, que se cruzaram com os Azevedo, enquanto residentes na cidade elvense e que em períodos fundamentais para a manutenção da soberania nacional nos campos da planície, desempenharam cargos de âmbito regional, foi sem dúvida o caso de D. João Mendes de Vasconcellos, governador Militar do Alentejo quando a defesa do espaço regional se confundia com a nação em armas. A sua visão sobre a motivação das milícias na chamada guerra guerreada que tinha como objectivo o cerco temporário e o aprovisionamento das reservas alimentares, centrava-se na cobiça e na pilhagem que os soldados voluntárias podiam obter nessas acções que não tinham como objectivo a conquista do espaço. Mas no seio de uma nobreza cavalaria, distinguia-se uma mão cheia de fidalgos da Nobreza de sangue que ocuparam o cargo mais cobiçado pela fidalguia doe armas já referida em temas anteriores. Todavia, neste período que Elvas viu nascer num berço de cristãos novos, uma das mais prestigiadas famílias de Portugal os Sousa Coutinho, que na sua essência trata-se de Manuel Gomes rico mercador, que ascende a burguesia mercantil e que rapidamente entre nos circuitos comerciais dos dois Impérios Ibéricos e nessa condição o judeu elvense, relaciona-se comercialmente com as coroas ibéricas, domina a rota das especiarias e torna-se o fornecedor das especiarias e do bacalhau da Terra Nova, aos Medina del Campo que se tornam distribuidores dos produtos do velho Manuel Gomes. A União Ibérica, trouxe-lhe a honra e a fidalguia e o seu filho chega a condição de Nobre, juntando o nome de nascimento, Luís Gomes, a designação Mata Coronel. O apelido Mata, advém da compra da Quinta da Mata e Coronel, é simplesmente o título de Nobreza concedido por Filipe II. Luís Gomes mantêm os negócios do seu pai, mas agora é um banqueiro de solar e uma personalidade a quem o Tesouro Régio recorre e em 1598, adquiriu a Posta Postal pela quantia de 70.000 cruzados, tornando-se o 4º Correio Mor da História dos Correios de Portugal. Função esta que é acaba por contribuir para o enobrecimento ao mais alto nível de tal forma que a sua filha por matrimónio entre na família Sousa Coutinho e Duarte Sousa da Mata em 1679 é a chave da unidade das duas famílias de tal modo que os Correios de Portugal mantiveram-se na posse de família Elvense até 1797 ou seja durante 172 a Pasta Postal e nomeadamente a “Correspondência da Carreira da Índia” e ”Posta Privada da Coroa”, foi um monopólio de uma família originária de Elvas até ao seu regresso à Coroa. (Continua).