Da região Entre -Douro chegaram os senhores do Alentejo.
A nobreza da reconquista ampliou os seus poderes político militares
A colonização na época de trezentos marcou a demografia das terras de Além Tejo
A carta foral torna-se a matriz
orientador dos concelhos que se foram afirmando no sul peninsular, em terras do
Alentejo, apesar das especificidades locais a influência do modelo da Carta
Foral de 1179, para os concelhos urbanos de Lisboa, Porto e Coimbra era
evidente e de um modo particular em terrais da raia onde era necessário
fortalecer posições relativamente à ameaça islâmica, como podemos comprovar pela
análise dos forais de Évora, Montemor, Elvas, Olivença, Arronches, Alter do Chão, Nisa,
Crato, Tolosa e Marvão, no Alto Alentejo. Mas também mais a sul, no interior,
Mértola ou no litoral, Alcácer, Alcáçovas, Aljustrel e Garvão. Mas, as cartas
de foral foram também como já sabemos um incentivo à existência ou à iminente fundação
de uma determinada localidade, onde não faltaram colonos da região Entre - Douro
e Minho, das Beiras e até de outras nacionalidades, de facto a existência de
localidades no norte do Alentejo como Montalvão, Nisa ou Tolosa, parecem
demonstrar a presença de efectivos populacionais do distante reino Franco. Mas
há medida que a colonização e o povoamento, como resultado de um movimento populacional
visível nas terras de planície. A partir do séc. XIII contribuía decisivamente
para a emergência de uma nova sociedade. De um modo geral, uma vez mais a
realidade peninsular, se sobreponha à forma de organização de um estado em
plena afirmação, de facto tal como na Extremadura Espanhola, a nova sociedade
emergente era regulada por um conjunto de doações régias extensas às ordens
religiosas, alguns senhores exteriores a essas localidades e a elas
propriamente ditas. Entre os grandes senhores do Alentejo nos primeiros tempos
do Alentejo, destacavam-se os Aboim, os Anes, os de Baião e os Cogonimo. Tratava-se
de grandes senhores da região Entre o Cávado e o Minho, cuja sede da sua
linhagem se encontrava a Norte do Douro, onde se situavam o seu principal núcleo
de bens e naturalmente o seu solar. O seu apelido estava de um modo particular
ligado à sua naturalidade os de Baião desde cedo grandes proprietárias agrários
chegarão à Corte por força da sua política de matrimonial que os aproximou dos
Sousa e cuja política de doação régia e de aquisição, permitiram a sua afirmação
como grandes proprietários na faixa central com grandes domínios que se
projectavam nos actuais concelhos de Évora e Beja; os Anes, concentravam os
seus bens fundiários na raia do Alto Alentejo e compartilhavam a sua presença
com os de Baião e com Aboim, na região central do Alto Alentejo, mas a cabeça
da família, D. Estevão Anes centrava os seus réditos no aglomerado de
propriedades situadas em Portalegre, Monforte, Elvas, Montemor-o-Novo, Évora,
Alvito e Beja. Em contrapartida os Aboim, descem ao sul onde vai anexar à sua
sumptuosa riqueza grandes latifúndios nos concelhos de Elvas, Évora, Reguengos
e Portel, na altura em que o chefe de linhagem, D. João Peres de Aboim
frequentava a Corte e pertencia ao núcleo de proximidade de D. Afonso III. A estes ricos homens juntava-se o grande
proprietário do Reino, o próprio rei, com os seus reguengos que a sul do território
com as suas vastas propriedades, mas em percentagem nada tinha a ver com a sua
fortuna agrária, quer a norte, quer ao Centro
… mesmo assim Arraiolos ; Viana do Alentejo e Beja, integravam os
concelhos onde se situavam as melhores terras do património da Coroa.