quinta-feira, junho 07, 2012

1.4 - A emergência de uma sociedade no Alentejo em formação.



Da região Entre -Douro chegaram os senhores do Alentejo. 



A nobreza da reconquista ampliou os seus poderes político militares



A colonização na época de trezentos marcou a demografia das terras de Além Tejo


A carta foral torna-se a matriz orientador dos concelhos que se foram afirmando no sul peninsular, em terras do Alentejo, apesar das especificidades locais a influência do modelo da Carta Foral de 1179, para os concelhos urbanos de Lisboa, Porto e Coimbra era evidente e de um modo particular em terrais da raia onde era necessário fortalecer posições relativamente à ameaça islâmica, como podemos comprovar pela análise dos forais de Évora, Montemor, Elvas,  Olivença, Arronches, Alter do Chão, Nisa, Crato, Tolosa e Marvão, no Alto Alentejo. Mas também mais a sul, no interior, Mértola ou no litoral, Alcácer, Alcáçovas, Aljustrel e Garvão. Mas, as cartas de foral foram também como já sabemos um incentivo à existência ou à iminente fundação de uma determinada localidade, onde não faltaram colonos da região Entre - Douro e Minho, das Beiras e até de outras nacionalidades, de facto a existência de localidades no norte do Alentejo como Montalvão, Nisa ou Tolosa, parecem demonstrar a presença de efectivos populacionais do distante reino Franco. Mas há medida que a colonização e o povoamento, como resultado de um movimento populacional visível nas terras de planície. A partir do séc. XIII contribuía decisivamente para a emergência de uma nova sociedade. De um modo geral, uma vez mais a realidade peninsular, se sobreponha à forma de organização de um estado em plena afirmação, de facto tal como na Extremadura Espanhola, a nova sociedade emergente era regulada por um conjunto de doações régias extensas às ordens religiosas, alguns senhores exteriores a essas localidades e a elas propriamente ditas. Entre os grandes senhores do Alentejo nos primeiros tempos do Alentejo, destacavam-se os Aboim, os Anes, os de Baião e os Cogonimo. Tratava-se de grandes senhores da região Entre o Cávado e o Minho, cuja sede da sua linhagem se encontrava a Norte do Douro, onde se situavam o seu principal núcleo de bens e naturalmente o seu solar. O seu apelido estava de um modo particular ligado à sua naturalidade os de Baião desde cedo grandes proprietárias agrários chegarão à Corte por força da sua política de matrimonial que os aproximou dos Sousa e cuja política de doação régia e de aquisição, permitiram a sua afirmação como grandes proprietários na faixa central com grandes domínios que se projectavam nos actuais concelhos de Évora e Beja; os Anes, concentravam os seus bens fundiários na raia do Alto Alentejo e compartilhavam a sua presença com os de Baião e com Aboim, na região central do Alto Alentejo, mas a cabeça da família, D. Estevão Anes centrava os seus réditos no aglomerado de propriedades situadas em Portalegre, Monforte, Elvas, Montemor-o-Novo, Évora, Alvito e Beja. Em contrapartida os Aboim, descem ao sul onde vai anexar à sua sumptuosa riqueza grandes latifúndios nos concelhos de Elvas, Évora, Reguengos e Portel, na altura em que o chefe de linhagem, D. João Peres de Aboim frequentava a Corte e pertencia ao núcleo de proximidade de D. Afonso III.  A estes ricos homens juntava-se o grande proprietário do Reino, o próprio rei, com os seus reguengos que a sul do território com as suas vastas propriedades, mas em percentagem nada tinha a ver com a sua fortuna agrária, quer a norte, quer ao Centro  … mesmo assim Arraiolos ; Viana do Alentejo e Beja, integravam os concelhos onde se situavam as melhores terras do património da Coroa.