A Virgem e o Menino e o Menino com Santa Ana, 1510, Leonardo da Vinci
(Museu do Livre Paris)
O termo “humanista” foi pela
primeira vez como forma de designar os professores das artes liberais romanas (geometria,
gramática, filosofia moral, retórica e poesia). A partir de então, tal termo
tornou-se corrente para designar qualquer indivíduo com interesse e
conhecimento pela cultura clássica e pelo valor das emoções e das relações
sociais. Se inicialmente o humanismo se afirmou como um movimento literário
erudito, acabou por se afirmar como um movimento centrado na busca do passado
clássico e da natureza humana. O humanismo foi também responsável pela mudança
do estatuto do artista, fazendo a transição entre o artificie e o artista.
Outro aspecto, relevante nas representações artísticas como resultado da
valorização da razão e das questões racionais, foi sem dúvida o “corte” com a
concepção tradicional que valorizava fundamental a figuração das figuras
divinas. De facto, os artistas começaram a representar o sagrado como pessoas
vulgares, caso da Virgem, que nas obras de Leonardo da Vinci e Caravaggio eram
representadas como raparigas vulgares. Os humanistas estavam cientes da
importância da educação, visto estarem convencidos de que os podres racionais
da mente humana podiam captar os modelos lógicos do universo. Tal raciocínio
inspirou a crença de que a arte podia ser objecto de codificação em regras para
efeitos de ensino, nascia assim o conceito de academia como forma de assegura a
aplicação correcta das regras.