segunda-feira, março 02, 2009

Portugal e o Futuro, 30 anos depois...

t História Portugal/ Leitura formativa - 12º ano de escolaridade - Há trinta e cinco anos chegava às livrarias nacionais o Portugal e o Futuro, editado nos últimas dias de Fevereiro do ano de 1974, quando a questão da guerra colonial era motivo de debate na elite política militar, onde se distinguiam os defensores da continuidade da guerra nos três teatros de guerra, Angola, Moçambique e Guiné. E a nova geração, de oficiais militares que consideravam que a questão da guerra devia passar por uma solução imediata. Foi neste contexto, que se editou e publicou , o "Portugal e o Futuro" do General António de Spínola que não era mais que um ensaio crítico sobre a Guerra Colonial e o Regime, da obra citamos a seguinte passagem de matriz federalista: "Contamo-nos entre o número daqueles que propugnam a essência do Ultramar como requisito da nossa sobrevivência como Nação livre e independente. Sem os territórios africanos, o País ficará reduzido a um canto sem expressão numa Europa que se agiganta, e sem trunfos potenciais para jogar em favor do seu valimento no concerto das Nações, acabando por ter uma existência meramente formal num quadro político em que a sua real independência ficará de todo comprometida. (...). Mas não é pela força, nem pela proclamação unilateral de uma verdade, que conseguiremos conversar portugueses os nossos territórios ultramarinos. Por essa via, apenas caminharemos para a desintegração de todo nacional pela amputação violenta e sucessiva das suas parcelas, sem que dessas ruínas algo resulte sobre que construir o futuro". (...) Haveremos de continuar em África. Sim! Mas não pela força das armas, nem pela sujeição dos africanos, nem pela sustenção de mitos contra os quais o mundo se encarniça. Haveremos de continuar em África. Sim! Mas pela clara visão dos problemas no quadro de uma solução portuguesa. (...) Temos plena consciência dos riscos que se correm na linha política preconizada, baseada na abertura, na liberalização, na segurança cívica, na africanização, na autonomia dos territórios ultramarinos e no respeito pelo direito dos povos a disporem de si mesmo, única via de solução para os problemas nacionais, mas temos igualmente plena consciência dos riscos bem mais graves que envolve a sua ignorância ou a sua negação. Seis meses depois com o movimento militar de 25 de Abril de 1974, a soluçâo seria descolonizar depressa e em força num dos processos mais dramáticos da história portuguesa dos grandes movimentos colectivos, hoje a nossa vocação centra-se na integração na Europa e na cooperação com os estados africanos antigos colónias portuguesas. Postado por Arlindo Sena.