Forte de Santa Luzia - Vista em direcção a Badajoz
Cortinas, baluarte e guaritas.
Entrada no Reduto Central e Casa do Governador.
Mas a década de 1640 foi marcada por outra edificação militar que complementava o sistema defensivo, como construção permanente uma vez que outras foram também edificadas com o objectivo de garantir a defesa da região, mas de raiz temporária como era o caso dos fortins que foram edificados nas zonas mais sensíveis a aproximação do inimigo. De facto, há medida que avançava a construção dos troços das cortinas da praça marcadas pela urgência que a soberania nacional exigia. Um pouco mais a sul, cobrindo a zona de mais fácil acesso à Portal Real ou de Olivença, edificava-se ao mesmo tempo o Forte de Santa Luzia. Se é verdade que a entrada da cidade teoricamente estava coberta e protegida pela baluarte de Olivença e pela obra da Quebra Face, não deixa de ser verdade que a capacidade de mobilização da cavalaria e da artilharia inimiga era evidente em termos operacionais na guerra de cerco. Logo a nova fortaleza justificava-se neste cenário bélico que a conjuntura política e militar determinava, a sua planificação foi gizada numa época em que os engenheiros militares ganhavam notoriedade face aos arquitectos, uma vez que eram observados como técnicos especializados que de um modo geral seguiam determinadas escolas de fortificação que por vezes eram geradoras de polémica. Foi de resto, o que se verificou com a questão da planta do Forte inicialmente seguindo a tradição portuguesa, definia-se por um traçado em forma estrelada segundo o risco de Matias de Albuquerque (1641). Logo, corrigida no ano seguinte por Hieronimo Rozetti que impõe a tradição da escola italiana, sob contestação do engenheiro francês Lassart que foi desde logo ultrapassado, por Cosmander que acaba por impor o traçado final da fortificação. Todavia, há que ter presente que independentemente das influências das escolas de fortificação, a tradição portuguesa mantêm-se no forte elvense na forma das baluartes e na sua configuração angular sobre o terreno como se observa a partir da 2ºmetade do séc. XVI em toda a sua extensão incluindo o Império Colonial Português. Quanto ao plano o Forte desenvolve-se a partir de um quadrado com uma extensão de 150 metros de onde partem as quatro baluartes que conferem a dimensão estrelada à edificação. No centro, eleva-se o reduto central, onde se identifica entre outras dependências a casa do governador, a capela e duas cisternas que permitia a sobrevivência da guarnição por um período máximo de três meses face a um assédio seguido de um cerco ao espaço fortificado. Dois revelins protegem as cortinas de este e sul, que se encontravam nas alas de cerco provável na linha de avanço provável do inimigo .O Forte de Santa Luzia completava a linha de eficácia defensiva da Praça Militar de Elvas devidamente apoiada por um conjunto de fortins como o de S.Francisco, de S.Pedro e de Santa Luzia.
Fortim de São Pedro
Fortim de São Francisco (vísivel a linha de Fosso)