Mapa do Alentejo - Meados de seiscentos
A fortificação com cinturas muralhadas com baixas e grossas muralhas preparavam-se para a guerra de artilharia e defesa das populaçõs.
As fortificações integradas ou anexas na região do Alentejo edificaram-se no plano da defesa nacional.
O Baluarte era norma na defesa da raia portuguesa e castelhana
A guerra guerreada permitiu às forças militarizadas e milicianas organizar as suas forças em campanha, porém o Alentejo durante a época da Restauração tornou-se um dos principais teatros de guerra, se não o principal quando se considera o esforço de guerra nacional quando se analisa a documentação de forma detalhada e fundamentada. Do ponto de vista, do deslocamento e da ocupação do espaço, a província do Alentejo como terra chã e aberta oferecia as condições necessárias para uma ofensiva castelhana com êxito em direcção à capital. Porém o esforço de guerra, aconselhava a nova dinastia de Bragança a defender a sua ampla raia seca, entre Montalvão e Mértola. Mas nessa vasta extensão a defesa do ponto vista material estava devidamente organizada tendo os pontos fortes na oposição ao invasor, Olivença, Elvas, Campo Maior, Estremoz ou Évora. Tratava-se de espaços fortificados de raiz ou devidamente remodelados para uma guerra onde a artilharia tinha necessariamente um desempenho fundamental. E esse esforço militar era evidente nos valores dispensados pela Coroa quando se consulta a documentação de facto a região do Alentejo apresenta um subsídio financeiro que se destaca das demais e só a Cavalaria como braço armado da nação em armas se aproxima da verba destinada aos 10.000 homens que serviam o exército português num valor de cerca de 240 contos (por equivalência à moeda da época), mais de 25% do orçamento geral para as despesas do exército que se situava numa verba de cerca de 800 contos. De realçar que os exércitos situados na raia nacional não ultrapassa os 36 contos de verba, que seria igual para as hostes nacionais em Trás-os -Montes, Beira e Algarve. E só a cavalaria recebia um orçamento significativo cerca de 160 contos o dobro da artilharia, destinada ao estacionamento das forças da cavalaria em toda a raia. Os valores com os gastos de manutenção de parte da força miliciana, voltavam a demonstrar que a defesa do País passava necessariamente pela Província do Alentejo, o assento da pólvora e do cobre, num conflito em que a guerra do fogo seria evidente, mostra que o Alentejo recebe certa 168 contos, cerca de três vezes mais que as hostes estacionadas em Trâs-os-Montes, ainda que a Beira fosse devidamente ajudada financeiramente considerando que a nobreza de Ribacoa e de Penamacor, receberam cerca de 26 contos cada uma o que significada que a defesa no Centro privilegiava essas duas populações que na totalidade representava cerca de 52 contos. Por outro lado, os gastos com o pão e com a cevada ou seja com a manutenção e abastecimento de homens e cavalos era um exclusivo da Província do Alentejo em cerca de 200 contos o que reforçava que a guerra em torno da Restauração ou das Guerras da Independência, termo pouco usual era uma realidade evidente. Na verdade, a ideia de uma grande ofensiva castelhana sobre a planície era uma realidade bem documentada, a entrada pelo Caia era uma realidade já delineada pelas cartas militares espanholas que consideravam que avançar para a capital, era uma realidade possível e operacional, uma vez conquistada ou rendida a guarnição das forças milicianas estacionadas na Praça Militar de Elvas, a espionagem davam pistas às forças portuguesas e castelhanas, o Conde Alegrete em carta dirigida à Coroa no final do Verão de 1644, utilizava uma mulher para obter informações na Estremadura sobre possíveis manobras e estacionamento militar em terras como Mérida, Lobon, Talaueruela e Badajoz.