segunda-feira, janeiro 09, 2012

O Palácio ou Fortaleza de S.Lourenço: Notas históricas.


Topo da baluarte Joanina do Forte de S.Lourenço


Gravura da zona oeste do Fortaleza de S.Lourenço (1866) 
( edição do Gabintete do Representante da República)   


Vista Sul da Fortaleza ou Palácio de S.Lourenço 





Vista norte da Fortaleza ou Palácio de S.Lourenço (foto de Élvio Gouveia)

Planta da Fortaleza de S.Lourenço (edição do Gabinete do representante da República)

A Fortaleza central do Funchal, actual Palácio de S.Lourenço, resultou de uma série de intervenções com vista à cobertura das defesas da cidade, que inicialmente era servida por uma  “ baluarte torre” datada de  1540, que tinha uma planta semi-oval, ostentando as armas reais na sua fachada. A sua, pouca eficácia na defesa defensiva durante o assédio seguindo-se  saque do saque, sob comando do Marechal Bertrand de Montiuc, determinou o envio pela Coroa para a Madeira, do arquitecto régio Mateus Fernandes, que elaborou uma nova planta para a Fortaleza do Funchal datada de 1567 e como resultado da presença no Funchal dos mestres italianos, Pompeu Arditi e Tomás Beneditino, era um projecto ambicioso, que pressupunha um importante complexo defensivo, que tinha como base o morro da Pena e desenvolvia-se até ao Bairro de Santa Maria ( actual Zona Velha). O referido projecto não seria aprovado pela Coroa e nascia assim a Fortaleza de São Lourenço, ainda que sob orientação de Mateus Fernandes que procedeu ao planeamento da respectiva edificação, a partir da Fortaleza central que se limitava à baluarte Joanina ( baluarte torre). Do ponto vista, arquitectónico seguiu algumas das ideias da arte de fortificar que pretendia empreender no seu plano de fortificação do Funchal proposto em 1567. Assim a fortaleza de São Lourenço, definia-se a partir de dois baluartes pentagonais do mesmo tipo, colocados ou virados para norte e um quadrangular, a proteger a zona ocidental. Mais tarde, no início do séc. XVII, foi acrescentada uma nova baluarte semi-pentagonal, projecto de Jerónimo Jorge, para proteger a porta, baluarte denominada de São Lourenço, santo devoto da Coroa dualista no período da União Ibérica, esta denominação mais tarde foi alargada a toda a edificação. A fortaleza de S. Lourenço ao longo da sua história distinguiu-se fundamentalmente em três funções: desde espaço defensivo, a comando militar ou de representação dos poderes da República.