Castelo de Niza de planta quandragular
Castelo de Vide - de primeira linha
Vila Viçosa, Castelo - de segunda linha
Castelo de Elvas fundamental na defesa da raia
A reconquista cristã
no Alentejo desenvolvia-se ao mesmo ritmo bélico que na vizinha Extremadura espanhola,
enquanto na raia de Portalegre dominavam os castelos ao serviço da coroa
portuguesa, ao sul no actual distrito de Beja e ao longo da margem esquerda do
Guadiana dominavam as ordens militares religiosas dos Hospitalários e de
Santiago. Na verdade o grande rio do sul servia as ambições das hostes cristãs,
no caso da Extremadura a incorporação dos centros urbanos do vale do Guadiana abria
definitivamente uma nova etapa em que as ordens militares que foram decisivas
para o domínio da região, cuja conquista do Castelo de Montemolín pela Ordem de
Santiago em 1248, fundada por D. Afonso VII de Castela e com sede em Plasencia,
significou o domínio da totalidade do território praticamente nas mãos das
hostes cristãs. Mas este domínio que marcou os tempos medievais, assentou numa
rede de castelos que se edificaram tanto no Alentejo como na Extremadura, em
zonas elevadas, inacessíveis e com um forte poder de controlo e domínio, sobre
as vastas planícies que os “cercavam” e que limitavam qualquer ofensiva islâmica.
No território português, do norte ao sul do território alentejano,
destacavam-se uma série de castelos de primeira e segunda linha, com uma série
de características específicas embora obedecendo a uma gramática construtiva de
fortificação, desde logo visível pelo traçado da sua planta, os rectangulares
casos dos castelos de Monforte, Elvas, Campo Maior, Serpa e Mourão, os que
seguiam a planta poligonal, Juromenha, Alandroal e Moura ou a exótica forma
trapeziforme do castelo de Mértola. A Torre de Menagem, vigilante de planta
quadrada dominavam a arte de fortificar da arma de guerra mais eficiente do
período medieval que inclusivamente também pontificava nos castelos da raia da
Extremadura e de um modo particular no extremo desta província. As altas torres
na raia portuguesa, ultrapassavam os 30 metros na raia do Alto Alentejo,
destacava-se a do castelo de Olivença (35.20 m) e de Alpalhão (32.70m). Outras
torres de planta quadrangular, adossadas, eram geralmente colocadas
estrategicamente ao longo do pano de muralha destinadas a diminuir os ângulos
mortos de visão permitindo flanquear o adversário. Na Extremadura, as torres
cilíndricas do castelo de Villagercía da Torre ou os torreões poligonais, da
Torre de Menagem dos Duques de Alba, marcavam outra diferença. As semelhanças
entre os castelos do Alentejo e da Extremadura, tornava-se mais evidentes
relativamente aos seus panos de muralhas, cuja dimensão média ultrapassava
os 200 metros e 10 metros de altura, casos dos castelos de Nisa, Castelo Vide,
Niza, Elvas, Olivença, Alandroal e Monsaraz. (os maiores chegavam os 300 e cuja
altura situava-se por volta de 20 metros). A paisagem acastelada, marcava as
linhas de fronteira entre Portugal e Castela, face a afirmação destas unidades
políticas numa época em que o adversário islâmico tinha praticamente abandonado
o território nacional. Em primeiro plano, destacavam-se os castelos de primeira
linha, como era os casos de Castelo Vide, Marvão, Alegrete, Arronches, Ouguela,
Campo Maior, Elvas, Juromenha, Olivença, Mourão, Noudar ou Serpa, que
constituíam o primeiro obstáculo ao invasor. Os de segunda linha de apoio e
socorro às operações de cerco, de pequenos castelos com excepção do castelo de
Beja, assim do norte para sul, na planície alentejana identificavam-se os
castelos de Niza, Alpalhão, Crato, Alegrete, Arronches, Assumar, Monforte,
Vieiros, Borba, Estremoz, vila Viçosa, Alandroal e Terena.