segunda-feira, julho 09, 2012

1.5 - A afirmação dos vassalos de herdade na Planície ...



O termo de Évora  Medieval factor de fixação e de expansão nas terras da planície ... 


Estremoz - no eixo Évora/Caia 



O castelo de Elvas no cenário da mobilização das guerras de assédio ...


Núcleo fortificado fundamental na consolidação e colonização das terras fragmentadas. 

A evolução da sociedade alentejana na Idade Média conheceu fundamentalmente dois momento particulares de afirmação, uma primeira relacionada com o processo da reconquista cristã em que afirmação da sociedade resulta dos serviços prestados à Coroa com o devido reconhecimento do Poder Central, que procedeu à distribuição de privilégios e propriedade (a herdade), que beneficiou de um modo particular uma nobreza exterior ao território alentejano e um segundo momento, que se estrutura a partir sensivelmente de fins do séc. XIII em que cresce e de um modo particular uma nova oligarquia de cavaleiros vilãos que foram se afirmando com base no seu poder económico e dominação sobre as populações locais, grande parte oriunda dos grandes movimentos de expansão, colonização e organização do território a sul do Tejo. Esta segunda situação foi vivida de uma forma particular em terras de fronteira e de uma forma particular na vila de Elvas que cresceu de forma notável ao longo da Baixa Idade Média nas vizinhanças de Badajoz. Estes novos senhores que foram crescendo com o alargamento do território da planície constituíam um novo tipo de vassalo do Rei, não pelas obrigações e serviços que deviam à Coroa, mas pela forma como eram designados de “vassalos da herdade” uma denominação muito característica sobretudo no Alto Alentejo, onde a terra doado a senhores laicos mas também religiosos eram as herdades. Se é certo que a posse das armas, foram um factor para a sua afirmação na fase da reconquista, no segundo momento na fase pós-transfronteiriça, já estes cavaleiros vilãos se tinham transformados em ricos homens, na cidade de Beja por volta de 1297, a actividade económica era um sinal de prestígio e a cavalaria um sinal de honra. Não significava, porém o abandono das armas, mas a herdade transformava-se num centro produtivo e a sua exploração agrária e granadeira, era determinante para a colocação dos excedentes no mercado. De facto, estas sociedades rurais que predominavam nas longas planícies a Sul do território, esforçadas no amanho da terra, jamais dispensaram os meios bélicos tão necessários para defesa das suas colheitas e dos seus celeiros, de facto as armas e maquinaria militar, garantia a paz e protecção, a cargo da nobreza e da cavalaria vilã. Que em seu torno juntavam os homens com menos haveres incapazes de assegurar a sua protecção e sujeitos a uma série de laços dependentes que se expressava sobretudo no pagamento de uma renda. Numa época em que as comunidades rurais, nas propriedades senhoriais era constituída por uma numeroso grupo de dependentes que incluíam os herdadores, os colonos ( foreiros, malados e vilões) mas ainda os escravos e os assalariados que de certa forma estavam à margem deste sistema senhorial que se pautava pela dependência dos seus servidores. Até ao fim do séc. XIV o povoamento do território do Alto Alentejo é mais relevante que no Baixo, a norte da vila de Elvas a segunda vila mais povoada de toda a região, crescem vários núcleos populacionais ao longo da raia. No centro da região Évora com o seu amplo termo, o maior a sul do território é o ponto de chegada,  para a expansão que ignora quase todo o litoral e mais a sul Beja e Mértola, cobrem o resto da região onde se inserem um conjunto de populações que desmembradas próximas dos seus termos mas que resistem desde antiguidade clássico, quase nos limites desta divisão administrativa. Em suma, os grandes centros populacionais continuavam a existir a sul, graças à tradição romana e muçulmana, como são exemplo, Évora, Estremoz, Elvas e Beja.