A primeira Nobreza com raízes no período medieval, radicada e nascida na Vila de Elvas, afirmou-se sobretudo nos séculos XIV e XV, incluindo vários graus da mesma, os ricos homens e a uma baixa nobreza que incluía a cavalaria e os escudeiros. Entre elas destacamos algumas : Os Gante, provavelmente de origem castelhana e radicada em Elvas no início do séc. XV e que se integrava na nova nobreza da Corte de Avis, uma vez que Vasco Peres Gante, cabeça da família e que serviu as armas de Portugal como cavaleiro, era escudeiro e vassalo da Corte. Entre Vasco Peres Gante, nascido em Elvas e Pêro Rodrigues Gante, seu sobrinho decorre quase um século e a integração da mesma família na aristocracia de Corte. Quando Pêro Rodrigues Gante, recebe por carta régia de D. Afonso V,(ANTT, 1454) as armas da família. São elas: de vermelho, um arco “turqueso” cosido de verde, posto em pala e encorado de prata, ladeado de dois grumes de prata. Timbre: um braço de vermelho, picado de ouro, em banda e empunhando o arco do escudo. Os Garro, devem a sua ascensão à Nobreza de Portugal, pelo serviços prestados nas guerras com Castela durante a crise geral do séc. XIV, a origem mais remota da família encontra-se em Pedro Esteves Garro , mas é o seu filho o escudeiro do mesmo nome Pedro Esteves Garro que daria nobreza à família, ao serviço do Mestre de Avis, o seu filho Pedro Afonso Garro, também escudeiro fez parte da hoste que participou na tomada ou conquista de Ceuta em 1915, mas é o escudeiro Numo Martins Garro, a quem D. Afonso V, lhe dá a condição de fidalgo por todos os serviços que prestou à Coroa na Guerra de Castela e nas praças marroquinos, por carta régia de 1475 (ANTT, 1475). O seu escudo apresenta como armas um escudo de vermelho, comum leão de prata empunhando nas garras uma bandeira bifurcada de verde, hasteada de ouro e carregada de uma flor de Lis do mesmo, e por timbre o leão do escudo. No âmbio dos primeiros ricos homens da vila destaca-se os Pegado, na pessoa de Estevão Martins de Pegado, que instituiu o primeiro vínculo na cidade de Elvas e que tinha como armas da fidalguia, três flechas de prata, com hastes de ouro e empenadas de vermelho, enfaixadas e atadas do mesmo, as pontas para cima. Na primeira geração da elite aristocrática da vila de Elvas, destaca-se os Zembrana ou Zembrano, da fidalguia andaluza, fiel partidário de D. Joana, legítima rainha de Castela e que se fixou após a Batalha do Toro na vila raiana por permissão de D. Afonso V. Fernão Gonçalves de Sousa era o rico - homem mais da raia de Portalegre foi inclusivamente o alcaide do Castelo de Olivença e pelos serviços prestados a D. Fernando recebeu a Vila de Aboim que teria voltado aos bens da Coroa com todos os seus direitos, rendas e jurisdição (ANNT, Chanc. de D. Fernando, Livro U, fols, 122-149 ). Nesta primeira etapa da formação da aristocracia elvense, os ricos homens ocupavam os ofícios mores da administração local e detinham os poderes militares e neste caso encontramos as quase três dezenas dos alcaides de Elvas, cujo poder económico advinda de uma parte das receitas e multas pagas pelos moradores da vila. (continua)