História e Cultura das Artes - Leitura formativa 10º ano de escolaridade/História Local - " Uma das edificações mais significativas da arquitectura religiosa do período moderno na cidade de Elvas, é sem dúvida a Igreja do Salvador, mais conhecida pela igreja do Colégio e que apesar da sua notoriedade não se inscreve na lista de imóveis elvenses classificados com a designação de Monumento Nacional. Este espaço arquitectónico integrado no conjunto monumental do Colégio dos Jesuitas edificado durante a segunda metade do séc. XVII e aberto ao público a 17 de Agosto de 1692, iniciou a sua construção com o lançamento da primeira pedra a 4 de Julho de 1679, apresentando como características dominantes as formas e estruturas que predominaram na Igreja Jesuítica nacional se considerarmos as suas linhas construtivas : - A planta - cuja fórmula sai da igreja gótica alentejana de forma rectangular, apresenta uma só nave com cobertura de abóbada de berço, com transepto bem marcado, ladeada pela capela mor e por duas capelas laterais profundas, nas naves distinguem-se duas capelas laterais de cada um dos lados , dando ao espaço interior uma dimensão alargada e transformando a mesmo numa autêntica igreja salão, do qual se destacando-se dois púlpitos (em mármore branco e preto) que determinavam a descentralização do culto a partir do altar principal, seguindo o modelo da Igreja de São Roque (Lisboa), ainda que sem a capacidade inventiva do templo lisboeta. Todavia no traço da planta da Igreja do Salvador de Elvas, está subjacente uma maior proximidade com o modelo das igrejas jesuíticas algarvias, o que é absolutamente normal considerando que o traço da referida igreja atribuída ao jesuíta Bartomoleu Duarte, que desenhara no início da sua década de 1660 a Igreja do colégio de Portimão que por sua vez foi deveras influenciada pela igreja da Companhia de Jesus edificada em Faro. A Fachada principal - que se eleva no prolongamento do colégio onde se acolhiam os Padres da Companhia Jesus, é caracterizada pela verticalidade que caracteriza o modelo jesuíta e o maneirismo que de resto está inerente no modelo das frontarias das Igreja da Companhia de Jesus, contudo a simplicidade é o elemento dominante com três portais clássicos (sendo o maior o central onde se identifica um frontão interrompido, um medalhão com uma inscrição referente à fundação régia). O segundo e terceiro andar, marcados por duas ordens de janelas em cada secção superior, o último andar é rematado por um frontão pronunciado. Na fachada destaca-se duas torres tal como em S.Vicente Fora, S. Lourenço no Porto ou na Sé Nova em Coimbra, que são limitadas pelas pilastras que separam as mesmas do corpo central do frontespício". Postado por Arlindo Sena