sexta-feira, abril 24, 2009

O 25 de Abril de 1974


História de Portugal - O dia 24 de Abril caminhava para o fim, faltavam cinco minutos para as vinte e trinta minutos, quando o som da rádio nacional mais ouvida, emitia a canção Grândola Vila Morena. De prevenção há algumas horas, as forças militares compostas em quatro zonas de comando (Lisboa e sectores: norte, centro e sul), iniciavam o primeiro Golpe de Estado militar após o 25 de Maio de 1926 que tinha como objectivo a capital, no plano geral das operações o Major Otelo Saraiva de Carvalho deixava bem claro que considerava " a cidade de Lisboa como o fulcro de toda acção, visto que é nela que se concentram os poderes legais e os objectivos remuneradores para o cumprimento da missão e para as missões consequentes". Pela manhã, as notícias eram conhecidas em Elvas, com entusiasmo e ao mesmo tempo com apreensão, a rádio nacional era o meio privilegiado com notícias como estas: " As forças armadas desencadearam, na madrugada de hoje uma série de acções com vista a liberdade do País e do regime que há longo tempo o domina". Mas a noite seria mais histórica para dois elvenses que participaram no anúncio da aventura democrática, José Manuel Carapinha Brilha e Martinho José Coelho Jesus, que faziam parte da coluna militar do RPC liderados pelo capitão Salgueiro Maia, que de Santarém partiram para a capital, durante a madrugada, ocupando sucessivamente o Terreiro do Paço, subindo ao Carmo onde aceitaram a demissão do Prof. Dr. Marcelo Caetano, Presidente do Concelho. Aos poucos o movimento emprendido pelas forças armadas, chegava a Elvas, a cidade tornava-se movimentada e patrulhada por inúmeras viaturas militarizadas, entre elas os Jipes da era dos aliados do pós 2ª guerra mundial, o tempo corria depressa e as vozes da liberdade faziam-se sentir um pouco por todo o lado, onde a esperança e apreensão eram sentimentos próprios de quem não entendia o que se passava. O fim da estruturas do regime de censura e repressão, situados respectivamente na Praça (PIDE-DGS) e no Largo de S. Domingos (Legião) denunciavam a mudança que alcançou o ponto mais alto com a comemoração do 1ºMaio quando o povo de Elvas saíu de forma expansiva à rua. Postado por Arlindo Sena