Os grandes proprietários da vila eram nas sua maioria, indivíduos ou famílias que não tinha a sua residência na vila de Arronches, caso da Condessa de Tauroca que era, simplesmente, um dos títulos correspondentes à família Menezes utilizado em Elvas pelos Marqueses de Penalva. É que esta família Meneses, instalada no seu palácio da cidade de Elvas, tinha a sua principal residência em Torres Vedras. Outros aristocratas eram identificados como grandes proprietários, na vila situada a meio caminho entre a Vila de Campo Maior e a cidade de Elvas, como eram os casos da Viscondessa de Balsemão, pertencente à fidalguia da capital, ou os Castelo Branco de Portalegre, “verdadeiros donos” de uma parte considerável do seu território, na verdade nada menos que três dos seus membros, tinham propriedades no seu termo, caso do Dr.José Barahona Castelo Branco ou das senhoras Eugénia Velez Castelo Branco e Maria Alegria Castelo Branco. Uma boa parte destas terras eram constituídas por plantações de olival e de sobreiro, constituindo uma fonte de rendimento assinalável, uma vez que a exploração de cortiça tinha alguma importância comercial, que de resto era uma justificação para a presença de algumas empresas com alguma experiência no ramo, como era o caso da firma da família Robinson, grande industrial de Portalegre e de outras estrangeiras como a BROS ou La CORK GROUVES, que se dedicavam à exportação do referido produto. Das terras vizinhas, distinguiam-se um outro grupo de proprietários, de Elvas e Campo Maior. Com é por exemplo, a família Rasquilha, que desde finais de Oitocentos até meados do século XX controlou várias herdades entre elas a oitava parte da herdade da Folhinha e da Contenda uma das principais da vila, adquiridas a Joaquim António Francisco, que era um proprietário arronchense bem sucedido e que tinha o direito de senhorio sobre a Santa Casa de Campo Maior a quem cobrava foros no valor de 10 000$85 reis em 1856. Na década de 1890, os novos e bem sucedidos lavradores de Elvas encontravam-se na lista dos grandes proprietários de Arronches, como era caso, dos Tenórios ( durante algum tempo os responsáveis pelas terras da Condessa de Tarouca), os Telos e os Barbas este mais próximos da fidalguia elvense e que exploravam a fértil herdade da Bastarda, que acabarão por arrendar ao negociante de cortiça algarvio, Manuel Neves em 1897, por um valor avantajado durante cinco anos. Os maiores proprietários locais, quando comparados com os que tinham residência no exterior do conselho, eram medianos, mas com uma riqueza diversificada, constituída por quintas, hortas e tapadas de pequena dimensão e casas de habitação, como podemos identificar a título de exemplo, no património de Francisco Velez. Todavia outros, associavam à sua pequena fortuna, moinhos e lagares e ainda outro tipo de receitas com as máquinas agrícolas, em percentagem Arronches é o núcleo fronteiriço, onde este tipo de receita é uma fonte de receita, aliás, extensiva aos pequenos proprietários. Mas estes, que constituíam um grupo numeroso, quando se analisa os Livros de Notas sobretudo, mas também alguns testamentos de Arronches, possuidores de pequenos parcelas de terras, que agricultavam ou arrendavam, sob a forma de glebas de terra. Em vésperas do século XX a realidade da Vila de Arronches era muito semelhante à do Marvão, mas com uma diferença, tratava-se de uma área maior e rentável aos grandes proprietários de Portalegre e de Elvas, numa época em que a capacidade económica dos mais afortunados proprietários de Arronches, não lhes permitia ainda constituir as suas casas agrícolas que eram referência em Elvas e em afirmação na Vila de Campo Maior.