terça-feira, junho 30, 2009
Elvas Portuguesa - 1. A reconquista cristã
domingo, junho 28, 2009
Cidade Velha - Cabo Verde - Património Mundial
Património em Notícia: O processo de candidatura da Cidade Velha, situada a 15 quilómetros a oeste da Cidade da Praia e primeira capital de Cabo Verde, foi motivo de análise e aprovação pelo comité da UNESCO para o Património Mundial, em reunião do passado dia 22, na cidade de Sevilha e que determinou a sua homologação no dia de ontem, 28 de Junho de 2009. A classificação do referido bem patrimonial incorpora a chamada Cidade Velha ( no qual se destaca um pelourinho com coluna torça e com acesso por escada, seguindo os modelos do século XVI, hoje visíveis em Elvas e no Funchal) e o Forte Real de São Filipe.E é o resultado de uma notável intervenção da equipa coordenada pelo nosso mais representativo arquitecto português, Siza Vieira, que coordenou a equipa que em 1999, iniciou a intervenção de conservação e restauro da Fortaleza Real de São Filipe, num processo integrado que atingiu a excelência no plano da recuperação da Cidade Velha. De realçar ainda que todo este processo de restauro e conservação foi financiada pela Agência Espanhola de Cooperação Internacional. O que se deve compreende uma vez que esta antiga fortificação portuguesa, a Fortaleza Real de São Filipe foi edificada durante a Dinastia Filipina após os sucessivos ataques e assaltos do corsário inglês Francis Drake (entre 1578 e 1585), visando a defesa da Cidade Velha e do seu ancoradouro. As obras foram iniciadas em 1587 e concluídas em 1593, mas, em 1712, foi novamente tomada de assalto, desta vez por corsários franceses, que, em seguida, saquearam violentamente a cidade, incendiando-a. A fortaleza acabaria por ser reconstruída na segunda metade do século XVIII. De realçar ainda que a relativa rapidez de classificação da candidatura de Cabo Verde se deveu à cooperação desenvolvida pelo governo de Cabo Verde, junto da diplomacia internacional, incluindo a portuguesa e a espanhola, à qualidade do seu plano de gestão hoje fundamental no processo de classificação e da equipa técnica. E apenas, mais um pormenor, a sua geografia não europeia, que é desde logo uma grande vantagem sobre as candidaturas europeias que devido a sua “multiplicidade” ficam sujeitas a critérios de rigor marcados necessariamente pela exigência e restrição. Por último há que registar neste processo o empenho do Dr. Mário Soares, que dirigiu uma carta pessoal ao Doutor Koichiro Matsuura, director geral da UNESCO, para a Ciência, Educação e Cultura, segundo as nossas fontes. Postado por Arlindo Sena. quinta-feira, junho 18, 2009
A Primeira Imprensa de Elvas- 1850-1899

terça-feira, junho 16, 2009
A função das atalaias na defesa de Elvas
História Local - As obras e as edificações militares que chegaram até aos nossos dias são identificadas como as defesas de Elvas, todavia e ao longo da história militar de Elvas, destaca-se as chamadas atalaias. A sua origem remota ao período árabe e consta nos registo da História de Roma, como é o caso da Atalaia de Segóvia, utilizada por Sertório nas acções de guerrilha com as legiões romanas, aliás, esta é uma das mais antigas atalaias documentadas e que de resto foi escavada pela Doutora Teresa Gamito, na década de 80 do século passado. Durante a Idade Média, tal espaço foi motivo de um encontro entre os alcaides mores de Elvas e Campo Maior, respectivamente Gil Fernandes e Paio Marinho, como referencia a Crónica de D. João I. Durante a época Moderna as atalaias de Font ´alva e da Bolsa, já são referenciadas no reinado de D. João II, mas a operacionalidade das mesmas estão devidamente identificadas durante a Guerra da Restauração e a maior parte delas chegaram ao século XX em mau estado de conservação. Enumerando as principais atalaias entre a modernidade e Contemporaneidade, identificamos cerca de uma dezena e oito das quais na cartografia militar. Nesta perspectiva destacamos: - As Atalaias do Guadiana – Que nas primeiras décadas do século XX apresentavam pequenos troços de muralha e uma torre de alvenaria constituída por três atalaias: A de Stº Ildefonso, na linha das atalaias de Nossa senhora de Ajuda e de Torre de Bolsa. A Torre de Bolsa e da Alferófia eram as mais avançadas em direcção do território espanhol. Das referidas atalaias do Guadiana, a mais recente datada para 1758, denominada da Enxara, situava-se na estrada real para Badajoz, formava uma pequena fortificação, guarnecida por seis infantes e por uma guarda a cavalo no período diurno. A documentação refere o uso de um “facho grande” e de alguns tiros de aviso, quando havia notícia da presença castelhana em terras do Caia. A Atalaia da Torrinha a Norte do Forte de Graça protegia o avanço para o sopé do monte onde mais tarde se edificou o respectivo forte e que constituía um ponto fundamental para o bombardeamento da cidade, mas a Norte e a meio caminho para Arronches identificava-se a Atalaia do Brito. Melhor documentada a Atalaia dos Sapateiros, situada na antiga estrada de Estremoz/Elvas era fundamental na vigilância das posições das colunas militares durante as Guerras da Restauração. Nas suas proximidades situava-se a Atalaia de Vila Boim, datada de 27 de Abril de 1498, edificada a partir de alguns materiais de uma pequena fortificação medieval. Estas atalaias, situadas em pontos altos, na sua maioria situava-se em estradas militares secundárias, com funções de patrulhamento e vigilância, de protecção às gentes que nas suas proximidades labutavam nos campos e ainda como posto de sinalização, utilizando o fogo, à noite e o fumo de dia, para avisar a população urbana da entrada de qualquer povo invasor em território nacional. De resto a documentação assinala, que à sinalização das atalaias, o Governador da Praça, mandava disparar várias peças de artilharia como meio de recolha de homens e dos gados fora dos seus baluartes. Postado por Arlindo Sena. sexta-feira, junho 12, 2009
Borba, a cidade mais recente da planície

quarta-feira, junho 10, 2009
A cartografia militar no dia de Portugal

terça-feira, junho 09, 2009
Uma comunidade da ciência judaica de fronteira
História Local e Regional : - No Alto Alentejo, pelo menos desde fins do séc. XIV, estavam em crescimento alguns núcleos populacionais de origem judaica, das quais as chamadas Ruas Novas contribuíam para um novo traçado, como são exemplos, a então Vila de Elvas ou as vilas próximas desta, como eram os casos particulares das vilas de Estremoz e Vila Viçosa. Na centúria seguinte, Castelo de Vide, Campo Maior, Sousel e Fronteira tornavam-se outros núcleos de população judaica em função das constantes fugas de inúmeras famílias que face à violência da inquisição Espanhol, mais cruel que a Portuguesa, determinava a procura dos espaços da raia de portuguesa como locais de refúgio por excelência. Nesse contexto, Campo Maior e Elvas tornaram-se importantes “centros de recepção” dessas populações em fuga: em Elvas o número de fugitivos aproximou-se dos 10.000, que apesar de tudo estava longe do número de fugitivos do número atingido em locais mais a Norte do País, como Miranda que atingiu o triplo do número de refugiados daquela ainda vila raiana da região do Caia. Na comuna de Elvas em tempo de exílio judaico em 1444, José Verdugo, ficava isento de prestar serviços ao concelho e os cirurgiões Rabi Sabi e Ordenha,tinha permissão para viver entre os cristãos, tal como Meir Cuélar; o mesmo sucedia com o boticário Abel Alfarim e com o mercador Samuel Monção , tal como a maioria dos médicos (cirurgiões) de Elvas. Mas a integração e reputação da comunidade judaica junto à cristã, era significativa junto daqueles que tinham como ofício a prática da ciência, nomeadamente a cirurgia que tinha os principais centros em Évora, Elvas, Fronteira e Crato. Se Évora era o principal centro científico pelo número de cirurgiões e físicos e pela sua qualidade, sendo conhecidas alguns apelidos de famílias conhecidas pelo seu êxito no ofício da medicina como os Abeacar, Navarra e Pinto, outros tinham no seu espaço físico outros homens de ciência em regime de dependência como Mestre João, Moisés e Eléazar: Outras localidades deviam o seu espaço de ciência à presença de um ou mais elementos da comunidade judaica, como, por exemplo, Portalegre, Montemor-o-Novo, Vila Viçosa, Campo Maior e Olivença. Todavia não podemos ignorar que a importância científica das populações do Alto Alentejo, está deveras ligadas aos movimentos de exílio da pressão da Inquisição Espanhola. De facto, o número de cirurgiões e de físicos foi de tal forma significativa que por carta régia de D. Afonso V se estabelecia ainda antes de meados do séc. XV que todos aqueles que exerciam os ofícios considerados deviam de ser novamente reexaminados sob pena de prisão ou outra a aplicar. Nesses contextos políticos – legislativos, foram muitos os cirurgiões e físicos, judeus muitos deles identificados um pouco mais tarde como cristãos-novos, que atravessaram a fronteira luso-espanhola, prestaram provas na Corte, como foram os casos de Moisés Vinho, morador em Badajoz e de Mestre Álvaro de Elvas, que tinha desde sempre exercido o seu ofício em terras castelhanas. Postado por Arlindo Sena. sábado, junho 06, 2009
Comemorações do Dia D - 65 anos depois


Notícias com História - Em França há poucas horas os líderes das principais potências ocidentais comemoraram o 65º Aniversário do Dia ou da Invasão da Normadia, cujos acontecimentos inciaram-se na madrugada do dia 6 de Junho de 1944, na Normandia, três divisões aerotransportadas são lançadas nas proximidades nos de Caen e de Carentan, iniciava-se a libertação da Europa dos aspirações das potências do Eixo. O desembarque de 6 de Junho de 1944 constitui a maior operação anfíbia de todos os tempos. Um primeiro escalão de 50.000 homens são agrupados numa imensa armada e conduzidos, uns por mar em grandes lanchas, outros por ar (planadores e pára-quedas em três divisões aerotransportadas) e dotados de material considerável (1500 blindados, 3000 canhões, 13.000 veículos). O desembarque foi protegido na retaguarda por uma frota de 500 navios de guerra (entre os quais seis couraçados, 23 cruzadores, 148 contratorpedeiros) e por uma força aérea também de 500 unidades. Para iludir as forças militares nazis acerca do verdadeiro local do desembarque, fazendo-os acreditar que o ataque principal se realizaria na costa de Pas-de-Calais, os estrategas aliados montaram uma operação de propaganda: o Plano Fortitude. Por fim, a infra-estrutura de Overlod é acompanhada de dois portos artificiais, rebocados através da Mancha e carregados na costa em Arromanches e Saint-Laurent-Sur-Mer, e ainda de um oleoduto submarino destinado a encaminhar o combustível da ilha de Wight para Port-en –Bessin. A operação – Inicia-se com o desembarque das tropas dos Estados Unidos, Britânicas e Canadenses, apoiados por uns 14.000 bombardeiros, que formaram um “escudo protector” sobre a frota e as tropas em terra. Ao fim da tarde, as tropas aliadas colocaram no campo de batalha cerca de 150.000 homens num raio aproximadamente de 15 Km. Antes porém já os aliados tinham previamente destroçado as vias de comunicação que podiam reforçar as forças alemãs. Nestas condições as forças do eixo revelaram-se impotentes na defesa das suas posições, perante uma força aérea, cerca de cinquenta vezes superior ao potencial nazi, que tornaram a “Baluarte do Atlântico” , que os estrategas do Reich consideravam impenetrável daí a negação de apoio às suas tropas nos primeiros dias do assalto dos aliados. Postado por Arlindo Sena .
sexta-feira, junho 05, 2009
Dormindo na Cama de Saddam Hussein

Notícias com História - Foi notícia nos meios académicos há poucos dias da criação de um museu, que será constituído por um vasto espólio de objectos pertencentes a Saddan Hussein. Segundo, a mesma informação, trata-se de um conjunto de móveis, estátuas, pinturas, documentos e ofertas de estado, que formarão esta insólita colecção que deverá ocupar um dos seus antigos luxuosos palácios. Mas segundo a mesma fonte, a lembrança da figura de Saddan Hussein como um
dos chefes mais carismáticos e violentos do século passado do Médio Oriente, não fica por esta iniciativa, uma vez que na cidade de Hillah, está sendo reabilitado um dos seus palácios mais sumptuosos que será convertido em hotel de luxo. O mesmo ainda em fase de acabamento, já publicitou que a oferta inaugural desta unidade hoteleira dirigida a jovens recém casados e que inclui a possibilidade de alojamento num dos aposentos do antigo ditador e de dormir na sua cama pelo valor de 170 Euros.
A suíte de Saddam Hussein inclui ainda enormes banheiros com mármore, peças recobertas com ouro e candelabros de cristal. O palácio, que se abre para o rio Eufrates, tem colunas romanas e representa o excesso dos tempos em que o ditador controlava o país com mão de ferro. Ocupado por tropas americanas durante a invasão americana, o palácio já está aberto a visitantes, que pagam uma pequena entrada para conhecer o edifício e até fazer piquenique nos jardins imperiais – na esperança, talvez, de ter acesso à tamareira que ali cresce e à qual somente o ditador tinha acesso passando pelo muro. Antes, qualquer um que entrasse sem permissão seria imediatamente fuzilado. Mesmo em obras, o palácio atrai mais de mil turistas ao dia. A reforma faz parte de uma intensiva campanha do governo iraquiano para atrair mais turistas.
Postado por Arlindo Sena.terça-feira, junho 02, 2009
A oitava feira medieval criada em Portugal

História local: - As feiras medievais portuguesas não só contribuíram para o desenvolvimento da economia nacional como foram determinantes para a melhoria das relações económicas e jurídicas. Vivia-se num período muito particular em que a “terra”” era o fundamento da riqueza da população de todo o Ocidente. A feira para além de ser um lugar de transacção económica era igualmente um lugar de encontro e nessa perspectiva, tornavam-se um lugar especial nas relações de sociabilidade. As notícias chegavam às vilas e cidades de Portugal, através dos mercadores e dos agricultores que se encontravam nestes espaços periódicos. As primeiras feiras, ocorreram quase ao mesmo tempo que se criava uma povoação, a primeira feira criada em Portugal coincidiu com a criação da aldeia de Vila Nova (mais tarde de Famalicão ?) , a documentação refere que D. Sancho I, ordenou ao dar foral aos povoadores da dita vila, que se fizesse feira ao domingo. Mas a 2º feira criada no Alentejo e 8º no Portugal Medieval ocorreu a 21 de Dezembro de 1262 quando por carta régia, concedeu aos moradores de Elvas a sua carta de feira[1] A mesma em meados do séc. XV já teria desaparecido, considerando o pedido dos procuradores do concelho às Cortes de Lisboa de 1455, que pedia autorização para a venda de panos, lãs e linhos, na sua feira semanal. Por outro lado, a mudança de uma feira, de anual para semanal só se verificava mediante a criação de uma nova ou seja não era uma prática comum a alteração ao modelo inicial. Em termos de características a Feira de Elvas seguia o modelo tipo da Feira da Covilhã e realizava-se durante quinze dias, garantia a segurança todos os que viessem comprar e vender, na ida e na volta e estabelecia o pagamento de portagem a todos os que viessem à feira vender as suas mercadorias[2]. Sobre a primeira feira medieval, pouco mais se encontra registado sobre a circulação de mercadorias e sobre o acontecimento propriamente dito, e isto porque as cartas régias que autorizam as feiras não especificam quais eram esses outros direitos e só se referem ao da portagem, é natural que fossem os mesmos que recaíam sobre todo o comércio. Sistematizando podemos dividir esses direitos em quatro grupos: 1- Os que incidiam sobre as transacções, como a dizima e a sisa. 2- Os que provinham do aluguer de lojas, da licença de venda ambulante. 3- Os que resultavam de penas pecuniárias pagas pela violência e desordem nos locais de feira e 4-Os que indiciam sobre a circulação de mercadorias, a peagem e a portagem. Durante os finais da Idade Média a Feira medieval floresceu, desenvolveu-se e projectou-se para o fora da primeira cerca de muralhas. Postado por Arlindo Sena.
segunda-feira, junho 01, 2009
O Asylo de Infância Desvalida de Elvas um exemplo da sociedade civil

por Arlindo Sena
