terça-feira, junho 30, 2009

Elvas Portuguesa - 1. A reconquista cristã




História Local - A conquista de Elvas, na História Portuguesa deve ser entendida como resultado de um movimento mais vasto, a Reconquista Cristã que se caracterizou por um conjunto de campanhas militares dirigidas pelos reinos cristãos da Península Ibérica contra os Muçulmanos, que a invadiram em 711. Esse movimento iniciado em 718-722, a partir de um pequeno reino das Astúrias, conheceu várias fases, caracterizadas por avanços e recuos e que culminou com a conquista do reino mouro de Granada. De resto, o reconhecimento de Portugal pela Santa Sé como território soberano é uma das consequências directas do próprio movimento da reconquista, considerando a Bula Manifestis Probatum, de 23 de Maio de 1179, concedida pelo Papa Alexandre a D. Afonso Henriques “ … sob protecção de São Pedro e nossa, e concedemos e confirmamos por autoridade apostólica ao teu excelso domínio o reino de Portugal com inteiras honras de reino e a dignidade que aos reis pertence, bem como todos os lugares que com auxílio da graça celeste arrancaste às mãos dos sarracenos e nos quais não podem reivindicar direitos vizinhos príncipes cristãos”. Todavia, ainda antes de Portugal ser reconhecido pela Santa Sé, já D. Afonso Henriques entrara na conquista da planície e o seu domínio não consolidado se estendia até a actual, cidade de Cáceres, incluindo o domínio de uma faixa de território que regista os territórios onde se insere as actuais cidades de Elvas e Badajoz pelo menos desde 1168. Porém não existe qualquer referência documental à conquista de tais castelos, no caso de Évora e de Elvas, após a consolidação da conquista da Linha do Tejo, que era uma prioridade das hostes cristãos, mas o cronista régio, António Brandão apenas refere a acção de Geraldo Sem Pavor que conquistara Évora em 1165 e os assédios a Badajoz no mesmo ano e em 1168, não havendo referência a Elvas. Por outro lado, as campanhas do Rei de Leão e do soldado aventureiro, Geraldo Sem Pavor em direcção a Badajoz eram feitos directamente de Évora ou então a partir da Juromenha pelo menos desde 1169, na verdade a consolidação da Linha do Tejo só se torna evidente com a tomada de Cáceres em 1226 e de Badajoz em 1227. Assim o avanço das forças leonesas a partir das terras a norte de Cáceres e portuguesas a partir de Évora em torno da conquista de Badajoz, acabaram por ser decisiva na ocupação e depois conquista de Elvas, de facto o reconhecimento e tentativa de conquista de Elvas na Primavera ou Verão de 1226 não foi coroada de êxito tal como o cerco de Badajoz gizado pelos dois soberanos ibéricos segundo a Crónica Latina dos Reis de Castela. Contudo a notícia do insucesso em Elvas segundo algumas fontes, contribuiu para um clima de conspiração para afastar do trono D. Sancho II em favor do seu irmão, um jovem de 14 anos. Mas as campanhas em terras de fronteira continuaram no ano seguinte com as entradas triunfais de D. Afonso IX de Leão em Cáceres e do infante português Pedro Sanches em Mérida. A expedição a Elvas em 1229, sob comando de D. Sancho II com o apoio das melhores famílias dos ricos homens do reino e de vários prelados, seria coroado de êxito por abandono da população da cidade que se torna portuguesa por carta foral de 1229 (Continua) –