História Local - As obras e as edificações militares que chegaram até aos nossos dias são identificadas como as defesas de Elvas, todavia e ao longo da história militar de Elvas, destaca-se as chamadas atalaias. A sua origem remota ao período árabe e consta nos registo da História de Roma, como é o caso da Atalaia de Segóvia, utilizada por Sertório nas acções de guerrilha com as legiões romanas, aliás, esta é uma das mais antigas atalaias documentadas e que de resto foi escavada pela Doutora Teresa Gamito, na década de 80 do século passado. Durante a Idade Média, tal espaço foi motivo de um encontro entre os alcaides mores de Elvas e Campo Maior, respectivamente Gil Fernandes e Paio Marinho, como referencia a Crónica de D. João I. Durante a época Moderna as atalaias de Font ´alva e da Bolsa, já são referenciadas no reinado de D. João II, mas a operacionalidade das mesmas estão devidamente identificadas durante a Guerra da Restauração e a maior parte delas chegaram ao século XX em mau estado de conservação. Enumerando as principais atalaias entre a modernidade e Contemporaneidade, identificamos cerca de uma dezena e oito das quais na cartografia militar. Nesta perspectiva destacamos: - As Atalaias do Guadiana – Que nas primeiras décadas do século XX apresentavam pequenos troços de muralha e uma torre de alvenaria constituída por três atalaias: A de Stº Ildefonso, na linha das atalaias de Nossa senhora de Ajuda e de Torre de Bolsa. A Torre de Bolsa e da Alferófia eram as mais avançadas em direcção do território espanhol. Das referidas atalaias do Guadiana, a mais recente datada para 1758, denominada da Enxara, situava-se na estrada real para Badajoz, formava uma pequena fortificação, guarnecida por seis infantes e por uma guarda a cavalo no período diurno. A documentação refere o uso de um “facho grande” e de alguns tiros de aviso, quando havia notícia da presença castelhana em terras do Caia. A Atalaia da Torrinha a Norte do Forte de Graça protegia o avanço para o sopé do monte onde mais tarde se edificou o respectivo forte e que constituía um ponto fundamental para o bombardeamento da cidade, mas a Norte e a meio caminho para Arronches identificava-se a Atalaia do Brito. Melhor documentada a Atalaia dos Sapateiros, situada na antiga estrada de Estremoz/Elvas era fundamental na vigilância das posições das colunas militares durante as Guerras da Restauração. Nas suas proximidades situava-se a Atalaia de Vila Boim, datada de 27 de Abril de 1498, edificada a partir de alguns materiais de uma pequena fortificação medieval. Estas atalaias, situadas em pontos altos, na sua maioria situava-se em estradas militares secundárias, com funções de patrulhamento e vigilância, de protecção às gentes que nas suas proximidades labutavam nos campos e ainda como posto de sinalização, utilizando o fogo, à noite e o fumo de dia, para avisar a população urbana da entrada de qualquer povo invasor em território nacional. De resto a documentação assinala, que à sinalização das atalaias, o Governador da Praça, mandava disparar várias peças de artilharia como meio de recolha de homens e dos gados fora dos seus baluartes. Postado por Arlindo Sena.