Património em Notícia: O processo de candidatura da Cidade Velha, situada a 15 quilómetros a oeste da Cidade da Praia e primeira capital de Cabo Verde, foi motivo de análise e aprovação pelo comité da UNESCO para o Património Mundial, em reunião do passado dia 22, na cidade de Sevilha e que determinou a sua homologação no dia de ontem, 28 de Junho de 2009. A classificação do referido bem patrimonial incorpora a chamada Cidade Velha ( no qual se destaca um pelourinho com coluna torça e com acesso por escada, seguindo os modelos do século XVI, hoje visíveis em Elvas e no Funchal) e o Forte Real de São Filipe.E é o resultado de uma notável intervenção da equipa coordenada pelo nosso mais representativo arquitecto português, Siza Vieira, que coordenou a equipa que em 1999, iniciou a intervenção de conservação e restauro da Fortaleza Real de São Filipe, num processo integrado que atingiu a excelência no plano da recuperação da Cidade Velha. De realçar ainda que todo este processo de restauro e conservação foi financiada pela Agência Espanhola de Cooperação Internacional. O que se deve compreende uma vez que esta antiga fortificação portuguesa, a Fortaleza Real de São Filipe foi edificada durante a Dinastia Filipina após os sucessivos ataques e assaltos do corsário inglês Francis Drake (entre 1578 e 1585), visando a defesa da Cidade Velha e do seu ancoradouro. As obras foram iniciadas em 1587 e concluídas em 1593, mas, em 1712, foi novamente tomada de assalto, desta vez por corsários franceses, que, em seguida, saquearam violentamente a cidade, incendiando-a. A fortaleza acabaria por ser reconstruída na segunda metade do século XVIII. De realçar ainda que a relativa rapidez de classificação da candidatura de Cabo Verde se deveu à cooperação desenvolvida pelo governo de Cabo Verde, junto da diplomacia internacional, incluindo a portuguesa e a espanhola, à qualidade do seu plano de gestão hoje fundamental no processo de classificação e da equipa técnica. E apenas, mais um pormenor, a sua geografia não europeia, que é desde logo uma grande vantagem sobre as candidaturas europeias que devido a sua “multiplicidade” ficam sujeitas a critérios de rigor marcados necessariamente pela exigência e restrição. Por último há que registar neste processo o empenho do Dr. Mário Soares, que dirigiu uma carta pessoal ao Doutor Koichiro Matsuura, director geral da UNESCO, para a Ciência, Educação e Cultura, segundo as nossas fontes. Postado por Arlindo Sena.