História regional e Local – Quando se analisa a cartografia militar desde a época Moderna à época Contemporânea encontramos um conjunto de plantas de praças e fortalezas que demonstram ao mesmo tempo um conhecimento cartográfico terrestre de Portugal ainda impreciso nos séculos XVII, XVIII e na primeira metade do século XIX. Aliás esta reflexão é também extensiva à localização no espaço territorial das praças e fortalezas que se edificaram em África, no Oriente e na América do Sul (Brasil). Relativamente ao quadro militar e geográfico do Alentejo, a faixa fronteiriça entre o Tejo e a Chança, foi repetidamente figurada em mapas no âmbito do planeamento militar. De resto, a existência e manutenção das fortificações situadas ao longo do estratégico eixo Lisboa-Elvas, nos permite confirmar esse corredor estratégico fundamental para a sobrevivência da capital. Entre as mais representativas configurações desse eixo defensivo destacamos: As representações desenhadas por Miguel Luís Jacob, no contexto da reforma militar determinada pelo Marquês de Pombal. Esta personalidade formada na Aula de Fortificação, capitão de infantaria e responsável por uma série de obras de fortificação na Praça Militar de Almeida, é o autor das seguintes praças na raia da província do Alentejo:
1 - Plantas das Praças de Marvão, de Arronches, de Ouguela, de Elvas, de Vila Viçosa, Praça da Juromenha, de Serpa e de Mértola. Características gerais: Representadas a cor, na dimensão de 41x50 cm e datadas de 1755. Fonte: Colecção das Plantas das Praças do Alentejo, de Miguel Luís Jacob, 1755.
No âmbito das representações singulares de fortificações das praças do Alentejo, e no contexto da ameaça dos exércitos imperiais de Napoleão Bonaparte, podemos destacar:
2 - Planta da Fortaleza de Juromenha, representação da autoria do Marquês de Ternay, Ajudante do Quartel Mestre General, Marquês de Ternay, “afrancesado”que presta serviço ao comando de armas do Alentejo, o Marquês do Alorna. Características gerais: Representação a cor, na dimensão de 58x82 cm, de 1813.
3 - Plantas das Fortalezas do Marvão e de Estremoz, levantadas pelos membros do Real Corpo de Engenheiros. Características gerais: Representação a cor, dimensão de 62x95 cm, de 1814
No contexto da representação da cartografia militar na Província do Alentejo, podemos identificar
4 – A Descrição da Província do Alentejo (Tradução para o português corrente) – limita-se a representar as vilas de Estremoz e Borba e foi desenhada em plena Guerra da Restauração pelo arquitecto Bartolomeu de Sousa, dedicada a D. Luís de Vasconcelos e Sousa, 3º Conde de Castelo Melhor. Características gerais: Gravura a cor com a dimensão de 66x46 cm, de 1818.
5 - Carta Militar de uma parte da fronteira do Alentejo entre o Tejo e a Vila de Assumar – Foi levantada pelo Inspector Geral de Fronteiras, José Maria das Neves Costa, em consequência do desastre e da destruição provocada pela chamada “Guerra das Laranjas”. Características gerais: Representação a cor, dimensão de 93X177cm, datada de 1808 .
6 – Carta Militar das principais estradas militares. Trata-se de uma representação nacional das principais vias nacionais que podiam ser utilizadas para a defesa da soberania portuguesa, mas pela sua importância foi provavelmente utilizdas também por viajantes e aventureiros, atendendo as três edições espanholas . Da autoria do Major Engenheiro, Lourenço Homem da Cunha d ‘ Eça, conheceu três edições espanholas, publicadas em Madrid 1804, 1810 e 1830 Características Gerais: Gravura a cor, 75x137 cm, datada de 1808
Esta síntese corresponde a dezanove representações cartográficas de um conjunto de mapas elaborados para organizar e controlar a defesa da região Alentejo e da capital do Reino e que corresponde a um espaço situado correspondente à larga faixa de fronteira, entre a Serra de São Mamede e toda a margem esquerda do Guadiana. Postado Por Arlindo Sena